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Inicia hoje votação do impeachment

Após horas de discussão sobre parecer favorável à saída de Dilma, comissão retoma trabalhos e decide se concorda com análise de Jovair Arantes

Por Júnior Carvalho
Do Diário do Grande ABC
11/04/2016 | 07:00
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ABr


Após estender até a madrugada de sábado a discussão sobre a admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT), a comissão especial que analisa se a petista cometeu crime de responsabilidade retorna os trabalhos hoje, às 10h, e colocará em votação o parecer do relator Jovair Arantes (PTB-GO), que sugere a saída da presidente.

Na prática, inicia hoje o desfecho sobre o impeachment de Dilma. Na comissão especial, são necessários votos da maioria simples dos 65 votantes para que o parecer seja aprovado. Ou seja, se todos comparecerem à sessão de hoje, bastam 33 deputados dizerem ‘sim’. “Já temos (apoio da) maioria. Mas pretendemos alcançar dois terços dos votos da comissão para dar segurança aos indecisos votarem favoravelmente ao impeachment”, frisou o deputado federal Alex Manente (PPS), integrante do colegiado e favorável à saída da presidente.

Independentemente do resultado da votação de hoje na comissão especial, o plenário da Câmara é que dará a palavra final. São necessários votos de dois terços dos 513 deputados, ou seja, 342, para aprovar o processo contra Dilma. Para rejeitá-lo, 172.

Pelo calendário do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), essa votação geral deverá ocorrer no dia 17, um domingo que coincidiria com prováveis manifestações favoráveis à queda de Dilma.

A sessão de hoje na comissão especial iniciará os trabalhos dando palavra aos 25 líderes de partido. Cada um terá direito entre três e dez minutos de discurso – o tempo varia de acordo com o tamanho da bancada da legenda. Logo após, a presidente apresentará a defesa, a ser feita pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo. Só depois começa a votação do parecer, o que deverá ocorrer entre 17h e 18h.

A sessão de sexta-feira durou mais de 12 horas e, depois de 61 deputados falarem contra e a favor do impeachment, a discussão da análise do relator foi encerrada. O ponto central da discussão é a legitimidade ou não do processo de impeachment. Apesar do tema técnico, o tom da discussão dos parlamentares foi político. Quem se opõe ao impeachment afirma que a denúncia não apresenta crime de responsabilidade e, portanto, a queda de Dilma seria considerada golpe. Já os favoráveis à saída da petista alegam que há crimes nas condutas da presidente e fizeram referência à crise econômica e à perda de governabilidade de Dilma.

Tendo o plenário da Câmara aprovado a abertura de impeachment, o processo segue para o Senado, que decide definitivamente se Dilma deve ou não deixar o cargo.  




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