Encerrado ontem no Complexo Ayrton Senna, o 6º Festival do Chocolate de Ribeirão Pires passou longe de alcançar o público pretendido. A expectativa da Prefeitura era de atrair 200 mil pessoas durante os dez dias de música e gastronomia.

Segundo a administração municipal, os primeiros nove dias somaram 96 mil visitantes, com pico de 20 mil no sábado, que teve o show da dupla Maria Cecília & Rodolfo. A banda mineira Jota Quest (dia 21) e o cantor Edson com a dupla Fernando & Sorocaba (dia 27) também atraíram muitos fãs - respectivamente, 15 mil e 14 mil.

Em compensação, houve datas quase sem movimento, sentidas pelos comerciantes do espaço, como o dia 15, com a apresentação de Marcos & Belluti, que reuniu somente 5.000.

Até o fechamento desta edição, a Prefeitura não havia fechado o balanço de ontem, que seria encerrado por Jammil e Uma Noites. A parcial, até as 21h, era de 8.000 pessoas. No ano passado, o evento, realizado em julho - com duração de quatro fins de semana, um a mais que neste -, atingiu 175 mil visitantes.

Frequentador assíduo do festival, o estudante Jonatas Guergoleti, 16, de Ribeirão Pires, garante que não perdeu um minuto de festa. "Vim todos os dias. Acompanhei os shows dos dois palcos", afirmou.

As performances das duplas Lucas & Luan e Cristian & Cristiano foram as melhores para o jovem. "Eles são animados. Interagiram bem com a galera", justifica.

Enquanto alguns reclamavam da cobrança de ingressos antecipados, de R$ 10 a R$ 20, havia quem aprovava a medida. Caso do estudante Matheus de Mello, 18, de Santo André. "Também frequentei as edições em que o festival era aberto. Prefiro pagar entrada porque evita tumulto. Tem mais mobilidade", opina.

Segundo a advogada Carla Maria Manfre, 42, de Rio Grande da Serra, a dificuldade estava em arcar com a entrada da família e depois comprar no evento. "Deixou de ser festa popular. O consumo também não fica barato", apontou ela, que estava com a mãe e duas filhas.

Da mesma opinião é o cantor Natto Justin, 28, de Ribeirão Pires. "Começou aqui de graça, foi para o Ribeirão Pires Futebol Clube a R$ 10, voltou para cá por R$ 20. A família não vem."

A estudante Claudia Vilaça Guiller, 17, de Suzano, fazia ontem sua segunda visita ao evento neste ano, acompanhada do namorado. "Gostei do show que assisti do Capital Inicial (dia 13)." A jovem, porém, esperava mais variedade. "Deveria ter MPB, como Ana Carolina. Esse ano foi muito sertanejo."