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Iraque desmente acusações dos EUA sobre armas nucleares
Por Da AFP
02/09/2002 | 10:26
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O Iraque desmentiu neste domingo que queira dotar-se de armas nucleares e pediu aos árabes e muçulmanos que se apresentem como voluntários para defender o país em caso de ataque americano. Enquanto isso, a possibilidade de uma ação militar continua provocando críticas no mundo inteiro e, inclusive, em Washington.

O Iraque não quer ter armas nucleares, como acusa Washington, afirmou o vice-primeiro-ministro iraquiano Tarek Aziz, entrevistado neste domingo pela cadeia CNN.

Segundo Aziz, os Estados Unidos "não deram prova alguma em apoio às alegações" contra Bagdá feitas pelo vice-presidente americano Dick Cheney e secretário da Defea, Defensa Donald Rumsfeld.

Um porta-voz do ministério iraquiano das Relações Exteriores também desmentiu as acusações, dizendo que as mesmas são "infundadas e estão destinadas a confundir a opinião pública mundial e encontrar um pretexto para atacar o Iraque".

Cheney acusou o presidente iraquiano Saddam Hussein de possuir armas destruição em massa (biológicas e químicas) e de desenvolver "um programa agressivo" para obter armas nucleares. "Estamos convencidos de que obterão nucleares dentro em pouco", acrescentou.

Nesta segunda-feira o jornal As Saura disse que as "acusações eram infundadas e careciam de credibilidade", enquanto que Al Qadissiya aconselha à administração de George W. Bush que "reconsidere sua atitude em relação ao Iraque" e favoreça o diálogo.

Caso contrário, os iraquianos "darão aos americanos uma lição sem precedentes", advertiu o jornal Babel, dirigido por Udai, o filho mais velho do presidente iraquiano.

Um comunicado do partido no poder, Baath, divulgado neste domingo, "convida as massas árabes e crentes do mundo a apresentarem-se como voluntários para enfrentar a agressão americana se esta acontecer".

Enquanto isso, no mundo multiplicam-se as reticências em relação a uma intervenção militar americana no Iraque sem mandato da ONU e, inclusive, muitas vozes se pronunciaram nesse sentido entre os próprios representantes democratas e republicanos americanos.

"O caminho para Bagdá passa pelo Conselho de Segurança", afirmou o ex-embaixador americano ante a ONU, Richard Holbrooke.

A hierarquia militar dos Estados Unidos teme que a administração Bush desvie a atenção e os recursos destinados à luta contra a Al-Qaeda e o terrorismo se lançar uma guerra contra o Iraque.

Na Grã-Bretanha, aliado fiel dos Estados Unidos, a opinião pública se opõe a que seu país se envolva em um ataque americano. Uma pesquisa recente indica que 71% dos britânicos são contrários a uma participação do país em uma guerra contra o Iraque, sem a aprovação da ONU, publicou o Daily Mirror nesta segunda-feira.




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