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'Estou vivendo um inferno', diz conselheira
Por Adriana Ferraz
William Cardoso
10/09/2008 | 07:00
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Depois de quatro dias, a conselheira tutelar Edna Aparecida Amante, que acompanhava os irmãos Igor Giovanni, 12 anos, e João Victor dos Santos Rodrigues, 13, desde 2005, quebrou o silêncio. Abalada com a repercussão da morte brutal das crianças - que foram sufocadas, queimadas e esquartejadas na última sexta-feira, em Ribeirão Pires -, Edna convive hoje com acusações da população em relação à sua postura no trato com os garotos. Em meio ao "inferno que vive", a conselheira afirmou estar tranqüila com sua decisão.

No dia 3 de setembro, Igor e João Victor haviam fugido de casa e em uma praça no Centro da cidade procuraram por guardas municipais, que seguiram o procedimento e os levaram para a delegacia. O Conselho Tutelar foi chamado e, após análise do caso, devolveu os garotos para o pai João Alexandre Rodrigues, 39, e a madrasta, Eliane Aparecida Antunes Rodrigues, 35. Ambos foram indiciados pelo crime e estão presos.

"Fiz tudo o que podia em defesa daquelas crianças. Não tenho nada a temer. Quando chegar a hora, vou detalhar todo o trabalho do conselho, ao lado de todos que participaram da rede de atendimento. Eles (os irmãos) não falaram em maus-tratos naquele momento nem na polícia. Não havia sinais para que os tirássemos do convívio com a família", disse, mencionando o último contato com os meninos.

"As crianças não disseram que apanhavam em casa. Tive um choque enorme quando soube da morte deles. Estou vivendo um inferno. Meus filhos estão sofrendo com as acusações. Estamos muito abalados, mas não temos nada a esconder", disse Edna.

IMPREVISÍVEL
Ex-conselheiro em Ribeirão Pires, Jadílson de Aquino, 47, disse entender a situação pela qual passou Edna na última semana. "Eu mesmo já atendi a esses garotos durante plantão noturno, pela mesma situação", explica.

Aquino defende a atuação da conselheira. "As crianças não se abraçaram aos GCMs e imploraram por ajuda como disseram. A Edna criou um vínculo muito forte com os garotos e teria feito o que fosse possível por eles", diz.

O ex-conselheiro aponta ainda que o ocorrido foi algo imprevisível, e que havia um entendimento de que uma nova agressão era algo improvável naquele estágio..




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