Na mitologia celta, “Bacab” é o nome da deusa dos quatro pontos cardeais. É também um palíndromo, palavra que pode ser lida tanto da esquerda para direita como vice-versa. Esse foi o título que o grupo de artistas andreenses Metamorphos escolheu para seu primeiro trabalho de criação coletiva, uma instalação sensorial que está em exposição no Espaço Henfil de Cultura em São Bernardo (av. Getúlio Vargas, 1.457. Tel.: 4125-475) até o dia 24 de abril, com entrada franca de segunda a sexta, das 14h às 21h, e sábados das 9h às 14h.

Apesar do nome celta, Bacab não tem proposta esotérica. Os quatro pontos cardeais são uma referência aos quatro artistas que compõem o grupo, Rafael Tondi, Fabiano Peretti, Leandro Pinho e Villa. Este grupo foi selecionado ano passado no Programa de Exposições Anuais da Casa do Olhar, em Santo André. Naquela mostra, cada um fez uma obra individual e compôs uma instalação conjunta. Desta vez, é uma única obra elaborada pelos quatro.

Toda a área da sala de exposições do Espaço Henfil, 12 m², faz parte da instalação. No centro, está colocada uma pirâmide de 2,5m de altura por 3m de perímetro. Cada lado foi concebido por um dos integrantes do grupo, com as cores vermelha (Leandro), verde (Villa), cinza (Fabiano) e branca (Rafael). A face de cada artista está reproduzida diante do respectivo trabalho, como um busto fotográfico que assina a composição.

Bacab é um trabalho sensorial e estético. A proposta do Metamorphos é questionar o suporte artístico. Quadros são substituídos por caixas de som nas quatro paredes, as quais tocam melodias politonais compostas pelos próprios artistas. Luzes se acendem quando o visitante se aproxima das caixas, o que é necessário para se ouvir o som. O grupo aposta na interação com a obra e seus múltiplos focos de observação, sem uma seqüência fixa, como um palíndromo.