Política Titulo Paralisação
Após desdenhar greve, Lauro Michels recua e promete nova proposta

Sem apresentar números, prefeito de Diadema anuncia que vai elevar índices de reajuste ao funcionalismo para tentar terminar paralisação

Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
24/04/2015 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Depois de desdenhar da greve do funcionalismo público, afirmando que ela poderia durar o ano todo, o prefeito de Diadema, Lauro Michels (PV), recuou e anunciou que faz hoje outra proposta de reajuste salarial à categoria a fim de garantir término da paralisação, que chegou ao décimo dia e que vem afetando serviço público.

Mesmo sem divulgar números, o chefe do Executivo prometeu elevar plano de acréscimo nos vencimentos dos funcionários, em reunião que ocorrerá às 9h, no prédio do Paço, com integrantes do Sindema (Sindicato dos Funcionários Públicos de Diadema) e vereadores.

A definição ocorreu ontem, em reunião às pressas na Prefeitura, depois de novo protesto de grevistas na Câmara, durante sessão ordinária. Cerca de 400 funcionários lotaram as dependências do Legislativo. Sob o coro ‘trabalhador na rua, Lauro a culpa é sua’, servidores entoaram críticas à administração do verde, mediante impasse da proposta de reajuste salarial. Categoria pede 11% de aumento, enquanto o Executivo ofertou 3,5%.

Designado por Lauro para informar as possíveis tratativas do acordo, o secretário de Governo e Educação, Marcos Michels (PV), explicou que a elevação da proposta será conhecida somente após estudo. “A situação financeira é delicada. A perda de receita está limitando nossas chances.
Conversamos com o sindicato e colocamos a ideia de rever o plano, podendo traçar diminuição de horas extras. Não sei qual será a elevação.”

Presidente do Sindema, José Aparecido da Silva, o Neno, relatou satisfação com diálogo com o governo, entretanto ratificou que a classe deve rejeitar a oferta caso não atinja índice inflacionário. “Nos baseamos no Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socieconômicos), que apontou para correção em 7,89%. Não podemos aceitar nada inferior a isso.”

PARALISAÇÃO
O nono dia de greve na cidade foi marcado por mais problemas no setor da Educação. Na EM Daniel Trivinho, no Centro, muitos pais estão impedidos de levar seus filhos para as aulas, devido à paralisação de professores. No local, há cartaz feito pela direção da escola, denominando os profissionais que não estão dando expediente.

O Diário esteve na unidade e constatou a busca de muitos pais em torno de informações sobre a regularidade do serviço. “Tenho de olhar todos os dias e ver se meu filho terá aula. Não sei o que farei se a professora dele entrar em greve”, contou a auxiliar de dentista Camila Lorico da Silva, 28 anos, mãe de criança de 7.

Educadora da rede há 24 anos, Sandra Regina da Silva, que estava em frente à escola, relatou que aderiu à paralisação devido a vários problemas da administração. “As condições de trabalho são péssimas. E ainda assim, o prefeito quer dar um reajuste rebaixado.” 




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