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Grande ABC investiga 261 casos de pacientes com suspeita de dengue

Até o momento, região já confirmou cinco pacientes contaminados

Daniel Macário
Do Diário do Grande ABC
20/02/2018 | 07:00
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 A ameaça de aumento no número de casos de dengue volta a assustar autoridades de municípios do Grande ABC. Boletim divulgado pelas sete prefeituras a pedido do Diário mostra que a região investiga atualmente 261 casos de pacientes com suspeita de infecção da doença. O índice de notificações representa 76,35% mais ocorrências do que as registradas no mesmo período de 2017 – janeiro até 16 de fevereiro –, quando 148 casos estavam em análise.

Visto por especialistas como um indicador expressivo e que requer atenção de autoridades, o alto volume de ocorrências em investigação acompanha cenário observado no Estado que, segundo o Ministério da Saúde, contabilizou, até a terceira semana de janeiro, 2.300 pacientes com a suspeita de infecção – mais do que o triplo das notificações registradas em 2017 (674 casos).

“Observamos que a população ficou tão preocupada neste início de ano com a questão de tomar ou não a vacina contra a febre amarela que acabou esquecendo que a dengue segue matando pessoas e requer cuidados de todos”, avalia a bióloga e docente da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) Marta Marcondes.

Embora a região tenha apresentado queda de 91,53% no número de casos confirmados da doença nos dois primeiros meses do ano em comparação ao mesmo período do ano passado – passou de 59 para cinco ocorrências –, a especialista alerta para o risco de proliferação da dengue na região. “Temos tido chuva nestes últimos meses, o que torna mais fáceis os criadouros do Aedes aegypti. Se não houver cuidado para não deixar água parada, podemos enfrentar boom da doença.”

Na avaliação do epidemiologista e especialista em Saúde Pública Victor Hugo Bigoli, o atual cenário mostra a necessidade de reforço em ações preventivas contra a doença. “As campanhas devem ser intensificadas, haja vista o período mais propício para doença (o verão). Vale lembrar que o combate à dengue deve ser dividido entre a população e gestão pública de Saúde e saneamento”, afirma. “De nada vale se os gestores intensificarem o combate se a população não colaborar em manter os locais e moradias limpos.”

Com 324 casos notificados da doença neste ano, índice este que engloba ocorrências descartadas e suspeitas, municípios da região dizem ter reforçado campanhas de prevenção em seus territórios. No entanto, moradores cobram ações mais eficazes. “Têm muitos pontos da cidade com mato alto, algo que não poderia ocorrer”, relata a dona de casa Ruth Dias da Silva, 57 anos, moradora de São Caetano.

Em Santo André, a cozinheira Laura Garcia, 66, reforça o pedido. “Aqui perto (no bairro Casa Branca) temos áreas abandonadas com água parada. Deveriam fiscalizar isso”, enfatiza.




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