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Alex vê dificuldade para aval à reforma da Previdência

Novo líder da bancada do PPS na Câmara Federal cita necessidade do projeto, mas debate em momento ‘inoportuno’

Raphael Rocha
Do Diário do Grande ABC
09/02/2018 | 07:00
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Nario Barbosa/DGABC


Recém-indicado como líder da bancada do PPS na Câmara Federal, o deputado federal Alex Manente, de São Bernardo, acredita que dificilmente a reforma da Previdência será aprovada no tempo estabelecido pelo governo de Michel Temer (MDB), até 28 de fevereiro.

O governo precisa de 308 votos para que a medida seja aprovada na Câmara. O presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), estima que a proposta conta com a simpatia de cerca de 250, embora o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), mostre otimismo e garanta que o texto contabilizará 314 adesões.

O popular-socialista avalia que o debate é feito em “momento inoportuno”, em época eleitoral, mas defende que mudanças sejam feitas no regime previdenciário nacional com objetivo de “trazer igualdade ao sistema e evitar privilégios e exceções” ao pagamento de benefícios de aposentadoria e pensão no País.

“Defendo que tenhamos igualdade na reforma da Previdência. Mas essa reforma, do jeito que está sendo tratada, já se tornou pejorativa na sociedade. Além disso, vejo que o debate ocorre em momento inoportuno. Essa discussão era para ser feita no primeiro semestre do ano passado, mas as denúncias contra Temer (das gravações de executivos da JBS) travaram essa pauta e jogaram um assunto delicado para ano eleitoral, o que dificulta qualquer debate”, declarou.

Na quarta-feira, o relator do projeto da reforma da Previdência na Câmara, Arthur Maia (PPS-BA), liberou o texto, confirmando mudanças que já haviam sido propostas anteriormente e que, segundo o governo, reduzirão pela metade o impacto na contenção de gastos públicos no setor.

“O PPS fechou questão a favor da reforma da Previdência, até porque somos o partido que acreditamos em movimentos da mudança, como o Renova e o Agora!, que defendem a candidatura a presidente da República de Luciano Huck. Evidentemente que muitas concessões foram feitas e que a reforma não será suficiente. Mas o texto que aí está é um começo do debate sobre a igualdade do nosso sistema, do fim de privilégios e exceções”, declarou Alex. “Outro debate que precisamos travar é sobre os grandes devedores da Previdência. As maiores empresas do País possuem bancas de advogados renomados que travam os processos na Justiça, que arrolam para frente esse pagamento e jogam a conta ao cidadão. Precisamos criar mecanismos para barrar essa manobra. Mas, claro, não deveria ser feito isso em ano eleitoral.”

Sobre a liderança do PPS, Alex destacou o fato de ser o mais jovem líder de bancada na Casa (tem 38 anos) e assumir a função justamente em ano eleitoral e com “pauta bastante ativa”. “Traz uma responsabilidade a mais ao mandato, já que terei de trabalhar pelos interesses do partido e dos bons projetos do governo de transição de Michel Temer. Mas não deixarei de olhar para a região. Como líder, terei melhor trânsito junto a ministros e irei pleitear recursos ao Grande ABC.” 




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