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Vereadores de Mauá 'devolvem' cargos
Gislayne Jacinto
Do Diário do Grande ABC
29/11/2003 | 20:43
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Vereadores que foram beneficiados com a indicação de cargos na Câmara de Mauá, após a demissão de dez cabos eleitorais de Claudete Porto (PDT), Arissol Miranda (PP), Zeferino de Sousa (PMN) e Terezinha Ferreira, a Teka (PDT), começaram a devolvê-los, sob a alegação de que pode haver complicações legais no futuro.

Admir Jacomussi, por exemplo, disse que há questionamento na Casa de que uma das assinaturas na portaria da contratação pode ser desconsiderada futuramente, porque Sidnei Sabela (PMN) havia se desfiliado do PSDB e perdido o cargo de terceiro-secretário na Mesa Diretora. Mesmo assim, o seu nome constou do documento de admissão do funcionário. “Achei por bem pedir a exoneração, porque poderia ter problema e supostamente o funcionário teria de devolver o dinheiro no futuro. Na dúvida, optei pelo afastamento”, disse.

No entanto, o servidor demitido não ficará desempregado. Segundo Jacomussi, ele vai ocupar um cargo na Prefeitura, onde tem outras indicações. “Uma das pessoas que eu tinha indicado saiu e eu pedi para a administração nomear essa outra pessoa e ela concordou”, disse. O funcionário, que ganhava R$ 980 na Câmara, terá um vencimento de R$ 1.015 na Prefeitura.

Francisco de Carvalho Filho, o Chico do Judô (PPS), também indicou um cabo eleitoral para trabalhar no Legislativo, mas disse que o cargo está à disposição. “Tomando essa atitude, vou ver se ameniza o relacionamento entre os vereadores. Há uma guerra surda na Câmara e isso não soma nada para a população.”

Apesar de Chico do Judô não falar quem está envolvido nesta “guerra”, comenta-se na Câmara que o vereador José Luiz Cassimiro (PT) é quem vem pressionando pela recontratação dos dez assessores ligados aos quatro vereadores que fazem parte da base governista.

Cassimiro e Diniz não se entendem desde que, no fim do ano passado, o liberal derrotou o petista na disputa pela presidência da Câmara. No último mês, após o afastamento de alguns membros da Mesa Diretora devido à troca de partido, Cassimiro foi eleito primeiro-secretário e o clima tenso entre os dois pode ser observado durante as sessões.

O presidente da Câmara disse não ter nada contra Cassimiro, mas admite que mal se falam. “Ele é quem não conversa comigo. Ele chegou a convocar reuniões da Mesa Diretora sem a minha presença. Não tenho nada contra ele, é um excelente vereador, mas praticamente não há conversa. Não sou procurado”, afirmou Diniz.




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