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Bancários rejeitam reajuste

Categoria pediu reajuste de 11,9%, mas a oferta patronal foi de 6,1%, abaixo da inflação

Yara Ferraz
Especial para o Diário
06/09/2013 | 07:07
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A Fenaban (Federação Nacional dos Bancos) entregou ontem sua proposta de reajuste de salários para a categoria: 6,1%. O índice decepcionou. Além de ser bem inferior à reivindicação da categoria, que é de reajuste salarial de 11,93%, o índice também é menor do que a inflação, atualmente em 6,7%.

“Essa proposta é inaceitável. Por isso, a recusamos imediatamente”, diz o presidente do Sindicato dos Bancários do ABC, Eric Nilson,

Segundo ele, a categoria será convocada para uma assembleia marcada para o dia 12 para ratificar a rejeição da proposta patronal e definir o dia da greve, inicialmente proposto para começar dia 19, por tempo indeterminado. “Nossa intenção é ir para os principais corredores e realmente parar as agências”, diz Nilson.

Além do reajuste, os bancários também pedem participação de lucros de três salários mais R$ 5.553,15, piso salarial de R$ 2.860,21 e valor de benefícios como vale-alimentação, refeição, auxílio-creche e 13ª cesta para R$ 678 ao mês.

“Acredito na adesão à greve porque a categoria está muito insatisfeita com as condições de trabalho, com as metas abusivas e com as constantes demissões de funcionários, que são substituídos por pessoas com salários menores”, afirma Nilson. “Enquanto isso, os balanços dos bancos mostram lucros recordes”, desabafa.

A esperança de que a situação seja resolvida sem greve é pequena. Segundo o sindicalista, a Fenaban está irredutível. “Eles disseram que é a última proposta e que não existe agenda para outra negociação”, completou.

TERCEIRIZAÇÃO - Outra bandeira defendida pelos trabalhadores é o arquivamento do PL (Projeto de Lei) 4.330. Atualmente na CCJC (Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania) da Câmara Federal, a proposta vai permitir que as empresas terceirizem todo o quadro de funcionários. Caso o projeto se transforme em lei, as relações de trabalho no Brasil mudarão completamente.

De acordo com a PL 4.330, até a administração pública poderá, em vez de fazer concursos, contratar terceirizados. “Será o fim de direitos que hoje são considerados certos por todos que têm carteira assinada”, diz Nilson. (colaborou Andréa Ciaffone)
 




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