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Nova fita revela que Belo teria sido vítima de extorsão
Do Diário OnLine
02/06/2002 | 16:19
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O advogado Alberto Louveira, que até este domingo defendia o cantor Marcelo Pires Vieira, conhecido como Belo, divulgou na tarde deste domingo uma fita que traz uma conversa entre Sylvio Guerra, o primeiro advogado de Belo, e o próprio artista. Na gravação, Guerra negociaria com Belo o valor de uma propina que seria repassada a dois delegados para que a prisão do cantor não fosse efetuada. Belo, foragido desde quarta-feira, teve prisão preventiva decretada por suposto envolvimento com o tráfico de drogas.

Na fita divulgada neste domingo, Belo reconheceria ao seu advogado que a voz revelada na fita anterior, que mostra uma conversa com o traficante Valdir Ferreira, o Vado, do Jacarezinho, era mesmo dele. Ao admitir ligação com o traficante, Guerra pediria ao artista R$ 300 mil para que não fosse detido.

Segundo a conversa gravada, o dinheiro seria repassado ao delegado Ricardo Hallack, da Divisão de Repressão do Crime Organizado (Draco) e ao ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro Álvaro Lins.

Em entrevista à Rede TV!, Sylvio Guerra confirmou que teve essa conversa com Belo, mas ressaltou que pediu os R$ 300 mil com a finalidade de "receber os honorários". "Foi caso exaustivo, não agüentava mais trabalhar sem receber um centavo. Era a única forma de garantir os meus honorários", afirmou.

Guerra ainda pediu desculpas por ter utilizado o nome de Hallack e Lins na conversa com Belo. Ele disse que citou os delegados na negociação para dar veracidade à história. Ele ainda chamou Louvera, o segundo advogado de Belo, de "cafajeste". Guerra criticou a posição dele ao trazer a público tal gravação. Neste sábado, Louvera afirmou que divulgaria a fita mesmo temendo ser morto. Na ocasião, ele disse que também temia pela vida de seu cliente.

Os delegados Lins e Hallack também se defenderam das acusações em entrevista à RedeTV!. Eles disseram que estão "indignados" por Guerra ter usado seus nomes num esquema de propina e negaram qualquer ligação com ele. "Estou surpreso e indignado. Em nenhum momento foi-me solicitada ajuda para auxiliar no caso Belo", afirmou Lins.

Nova defesa — Neste domingo, o advogado criminalista Michel Assef assumiu a defesa de Belo no lugar de Alberto Louvera, atendendo a um pedido do empresário do cantor. Assef disse que Belo deve ser apresentado na manhã desta segunda-feira.

Segundo Louvera, Belo está escondido em Campos do Jordão e exigiria a presença da governadora do Rio de Janeiro, Benedita da Silva, para se entregar. Ele também estaria reivindicando ser levado para uma unidade da Polícia Federal do Rio de Janeiro.

A prisão preventiva de Belo foi decretada com base em laudo do perito Ricardo Molina, da Unicamp, que comprova que é do cantor a voz que aparece nas gravações de diálogos com o traficante Vado. Nas conversas telefônicas, gravadas com autorização judicial, Vado pede R$ 11 mil ao interlocutor, que, segundo o laudo, é Belo, para comprar um tecido fino (cocaína). Em troca, ele daria um "tênis da marca AR", que seria um fuzil AR-15.




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