Agora, é como se o Santo André iniciasse um novo campeonato diante do Coritiba, às 20h30 de hoje, no Couto Pereira, em um dos principais duelos desta noite pela Série B do Brasileiro. A opinião é de Ruy Scarpino, que decidiu estabelecer uma espécie de pacto do acesso na reta mais importante da Segundona.

O técnico aproveitou a palestra de ontem, no Bruno Daniel, para discutir os erros e os acertos da equipe nas duas fases do torneio. Apesar do quatro atual (é o 10º e tem 37 pontos contra 40 do rival paranaense (6º), Scarpino reconhece que o nivelamento das principais forças é tão evidente que, segundo ele, a superação do Santo André será fundamental nos próximos 12 e conclusivos rounds. “Pedi aos meus atletas que se desliguem de tudo, que mantenham a concentração absoluta. O que interessa é subir (à elite do futebol brasileiro). Mais nada. Avisei a eles: não me tragam complicações.

Os problemas pessoais não podem nunca interferir no objetivo que pretendemos alcançar na temporada”, disse o comandante, ao sugerir que o elenco apague os eventuais rolos particulares. Aparentemente, todos assimilaram o discurso do chefe. “É o tipo do sacrifício que vale a pena encarar. É como se fôssemos disputar um torneio de tiro curto. São 12 degraus que vão passar depressa. Se vencermos as etapas que nos aguardam, teremos a recompensa lá na frente”, observa.

Scarpino, precavido, não admite mais nenhum tropeço na seqüência da caminhada rumo ao paraíso da Série A do Brasileiro. Ele também prevê dificuldades no Couto Pereira, a casa do Coritiba. Apesar disso, espera que o Santo André saiba desafiar o teórico favoritismo dos paranaenses. “É natural que eu aposte na experiência e no equilíbrio do meu grupo. Mas é aquilo que sempre falo: você nunca deve confundir as coisas e se desesperar em campo. Seria bem pior. Isso dificultaria muito mais a nossa missão”, supõe Scarpino, ao analisar as possibilidades reais de quem cometeu alguns vacilos no terreiro doméstico, mas ainda permanece na luta para se aproximar dos quatro melhores classificados na Série B do Brasileiro.

Depois do empate de sábado (Vila Nova-GO, 2 a 2) – o terceiro no Bruno Daniel – o Santo André permaneceu na zona intermediária. Os três resultados – tidos como tropeços – foram suficientes para balançar os alicerces de quem tenta retomar o embalo que o livrou da ameaça de rebaixamento. Até o presidente Jairo Livolis, transtornado, resolveu chutar a balde no vestiário para cobrar mais empenho e a reação imediata.