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Lan houses promovem inclusão digital pelo País
Juliana Ravelli
Do Diário do Grande ABC
13/04/2009 | 07:00
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A revolução que os computadores e a web trouxeram para a humanidade ainda não é acessada pela maior parte da população. Para driblar esse cenário, as comunidades pobres estão fazendo a própria inclusão digital, principalmente por meio de lan houses.

Uma pesquisa do CGI (Comitê Gestor da Internet no Brasil), mostra que, em 2008, 47% da população urbana acessou a internet pela lan house. Na área rural, o número é mais expressivo, 58%. Esse fenômeno é mais presente em famílias de baixa renda e de menor grau de instrução.

"Como o custo do acesso à internet é elevado, as lan houses são opções viáveis", afirma o gerente do cetic.br (Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e Comunicação), Alexandre Barbosa.

O fenômeno, segundo o professor da USP (Universidade de São Paulo) Gilson Schwartz, líder do grupo de pesquisa Cidade do Conhecimento CTR/ECA (Departamento de Cinema, Rádio e TV da Escola de Comunicação e Artes) começou a despontar nos últimos quatro anos e foi motivado por dois fatores principais: a facilidade no crédito para adquirir computadores e ausência de políticas públicas para a inclusão.

"A inclusão digital passa a ser feita pelas pessoas, pelas pequenas empresas. Elas vão resolvendo o que o governo não consegue resolver", diz Schwartz.

Na Vila Nogueira, em Diadema, duas ruas vizinhas concentram cinco lan houses. O proprietário de uma delas, Thiago Jerônimo da Silva, 26 anos, inaugurou o empreendimento há pouco mais de duas semanas. Uma hora de acesso à internet custa R$ 2. Silva não contabiliza os usuários, mas garante que, à tarde e à noite, os 22 computadores do local ficam sempre ocupados.

Antony Maik dos Santos Cunha, 17, que chegou há uma semana ao município, vindo de Fortaleza, no Ceará, aproveita a lan house para dar notícias aos familiares e amigos que ficaram no Nordeste. "Economizo porque falo com mais pessoas por um preço menor", explica.

No bairro Sacadura Cabral, em Santo André, o cenário se assemelha ao de Diadema. "A maioria que vem é adolescente. Os adultos aparecem para acessar e-mail e pesquisar", conta Laís Garrão da Costa, funcionária de um local que oferece acesso à internet no Centro de Negócios Sacadura Cabral.




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