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Pacientes reclamam de falta de comida em UPAs

Em Mauá, parentes trazem refeições para usuários em observação

Maíra Sanches
Do Diário do Grande ABC
21/06/2012 | 07:00
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Pacientes das três UPAs (Unidades de Pronto Atendimento) de Mauá reclamam do não fornecimento de alimentação aos usuários que passam por atendimento médico e permanecem em observação. A denúncia foi feita por funcionários da Saúde.

Desde terça-feira, o Diário conversou com pacientes e funcionários nas três unidades da cidade que prestam atendimento de emergência. Há cerca de um mês, a mãe de uma paciente de 3 anos, Aline Cristina, 22, precisou aguardar quase quatro horas na unidade da Vila Magini pela ambulância que as levaria até o Hospital Nardini. O quadro era de intoxicação alimentar. "Até pedi um lanche, mas disseram que não tinha. Era sábado à noite e não pude comprar nada porque o comércio estava fechado. Ela só foi comer em casa, de madrugada. Fiquei indignada com o tratamento", contou.

No equipamento do Jardim Zaíra, ontem de manhã, a equipe do Diário flagrou o momento que um veículo da Real Food, empresa fornecedora de mantimentos, entrou no estacionamento da unidade. Algumas refeições começaram a ser retiradas da parte traseira do utilitário. Questionado, o funcionário explicou que as refeições eram apenas para consumo dos funcionários.

O problema não afeta só os que aguardam por transferência aos hospitais. Em meados de fevereiro, o desempregado Ailton da Siqueira, 47, passou quase 12 horas na unidade na companhia da mulher, que teve crise de hipertensão. "A única coisa que deram foi medicação. Não ofereceram nem um copo de água. Costumo dizer que a Saúde de Mauá está doente. Não adianta reclamar", desabafou. A avó de uma criança de 9 anos resolveu improvisar. "Comprava umas bolachas e voltava."

A Secretaria de Saúde de Mauá informou que está em negociação com a Fundação do ABC, parceira na gestão das UPAs, para que a entidade assuma o fornecimento de alimentação para os doentes em observação.

REGIÃO

Em Santo André, o abastecimento é feito pela Craisa (Companhia Regional de Abastecimento Integrado de Santo André), e em São Bernardo a empresa contratada é a Apetece. Diadema informou que a UPA Paineiras receberá refeições do setor de nutrição da Secretaria de Saúde na semana que vem. Serão oferecidas até cinco refeições aos pacientes que passarem até 24 horas na unidade.

Reabastecimento nos Caps é prometido para hoje

Há cerca de 20 dias os três Caps (Centros de Atenção Psicossocial) de Mauá paralisaram o acolhimento em esquema de hospital-dia por falta de alimentação. Apenas as consultas com psiquiatras foram mantidas. As unidades atendem ao público adulto (Vila Ana Maria) com transtornos psíquicos, dependentes químicos (Vila Guarani) e jovens e crianças (Centro).

O prazo para regularização do serviço dado pela Prefeitura na semana passada expira hoje. Na ocasião, a administração alegou que houve problema com a troca do fornecedor e que teve início outro processo licitatório.

Ainda segundo a administração, o contrato com o fornecedor anterior foi rompido no início do mês e novas empresas não manifestaram interesse em prestar o serviço. 
Nesse intervalo, usuários que estão em tratamento psiquiátrico nos hospitais-dia foram dispensados e visitavam as unidades apenas para retirar medicações controladas. A denúncia partiu de funcionários da rede municipal de Saúde.

A Prefeitura de Mauá negou a informação dada por familiares e servidores de que o fornecimento teria sido interrompido por falta de pagamento.




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