Cultura & Lazer Titulo
Banho de forma
Alessandro Soares
Do Diário do Grande ABC
10/02/2007 | 20:51
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A escultura Concreção 0011, removida do espaço em frente à Escola Estadual Américo Brasiliense e fixada na entrada principal do Parque Central, em Santo André, é o cartão de visita de 8m de altura e 10 toneladas da exposição Luiz Sacilotto – Operário da Forma, que ocupa 800 m² de 8,2 mil m² projetados por outro artista da forma, o arquiteto Paulo Mendes da Rocha.

Um aparato museográfico com produção de Patrícia Galvão e projeto expositivo do arquiteto Chico Guedes cria um efeito cenográfico na Sabina Escola Parque do Conhecimento para receber as obras da exposição, apresentando ao público visitante algumas noções sobre o pensamento construtivo de Sacilotto.

Logo na entrada, duas lonas com cores em impressão digital cobrem o elevador da Sabina, reprodução em escala menor dos painéis que envolvem o elevador do Sesc Santo André. Uma pérgula reproduz em luz e sombra a tela Concreção 5629 (1956). Duas réplicas em PVC de esculturas urbanas em aço carbono ficarão penduradas no teto. Uma mesa com ímãs deixará o público, crianças e adultos, à vontade para montar suas esculturas a partir da exposição; e outra mesa, de corte-dobra, será base para montagem de esculturas em papel-cartão. Em meio a tudo, 92 obras, sendo 84 oriundas do acervo da família do artista, e três inéditas – um painel de 10m x 3m em vinil, com dimensões e cromatismo visíveis logo da entrada, e duas esculturas em aço carbono, uma toda branca e outra com chapas dobradas, em preto e branco.

Só abre, no entanto, depois do Carnaval, para escolas que agendarem visitas. O público em geral poderá conhecer a mostra nos fins de semana a partir de abril. A exposição fica na Sabina por seis meses.

A interação com a obra do artista é uma das metas propostas no projeto, seja na forma – possibilidade de realizar miniesculturas – ou nos sentidos – ouvir o som das telas do artistas na instalação sonora Somcilotto, do músico andreense Wilson Sukorski.

“Vamos chamá-la de exposição didática, pois tem um lado cultural e educativo. Espero que as crianças descubram os fenômenos visuais nas telas, que surpreendiam até meu pai”, disse Valter Sacilotto, responsável pelo acervo. Seu irmão Oscar, na quinta-feira passada, acertava a colocação do inédito painel, cujo projeto Sacilotto deixou pronto antes de morrer e foi realizado pelos filhos para esta mostra. O painel e as duas esculturas inéditas ficarão na Sabina ao final da exposição.

Paula Caetano, coordenadora da Casa do Olhar e curadora da mostra, afirma que a primeira opção para uma exposição que inauguraria um espaço como a Sabina era Sacilotto, por sua importância na arte brasileira e por uma ligação intrínseca com o tema ciência: “Sua obra tem relação com a matemática e com a física ótica, perfeita para inaugurar esse espaço voltado ao conhecimento científico. Não é só olhar a obra, mas descobrir porque os ângulos giram, porque as telas vibram, porque torcem”.



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