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FHC pede fim de protecionismo comercial na Rio + 10
Por Do Diário OnLine
02/09/2002 | 09:49
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Durante discurso na Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, também conhecida como Rio +10, o presidente Fernando Henrique Cardoso pediu, nesta segunda-feira, o fim dos mecanismos de proteção comercial que impedem o avanço econômico de países em desenvolvimento. A convenção acontece em Johannesburgo, na África do Sul.

"O desenvolvimento não é sustentável se é injusto, se há limitações impostas por uma globalização assimétrica. Em nossa luta contra a pobreza, é essencial o fim dos subsídios agrícolas e de todas as barreiras alfandegárias e não alfandegárias", declarou.

Para Fernando Henrique, as barreiras tarifárias, principalmente na área agrícola, são a principal dificuldade para a erradicação da pobreza no mundo. Ele ainda defendeu o conceito de cidadania global.

O presidente sugeriu a criação de um fundo para diversidade biológica, financiado com recursos dos países que possuem maior riqueza natural em todo o mundo. Segundo ele, o fundo estaria aberto a contribuições de outros países, organizações e empresas.

"Queremos preservar a biodiversidade, não apenas por seu valor intrínseco, mas também porque os benefícios devem ser repartidos com as comunidades detentoras dos recursos", afirmou.

O presidente lembrou que o Brasil está engajado na preservação da biodiversidade e criou, há duas semanas, a maior área de proteção de florestas tropicais do mundo, o Parque Nacional do Tumucumaque, no Amapá, que possui mais de três milhões de hectares. Ele pediu ajuda de todo o mundo para preservar as reservas biológicas brasileiras.

Ao fim de seu discurso, FHC fez um apelo para que não apenas os países em desenvolvimento, mas todas as nações do mundo, possam se engajar na implementação efetiva dos 21 temas elaborados durante a Eco-92, no Rio de Janeiro – a Agenda 21.

Segundo o presidente, o cumprimento das ações em defesa do meio ambiente só será garantido pela colaboração entre os governos e a sociedade civil. "Haveremos de enfrentar decisões políticas difíceis. No Brasil, nós estamos tomando decisões com coragem. Este é o momento", afirmou.

Protecionismo — A defesa da redução das barreiras tarifárias sobre produtos agrícolas de países em desenvolvimento também foi defendida por países de Primeiro Mundo. O primeiro-ministro britânico, Tony Blair, fez um discurso bastante semelhante ao de FHC. Para ele, as tarifas sobre os países de Terceiro Mundo devem diminuir para contribuir para o desenvolvimento de tais nações. A posição intransigente norte-americana a respeito, portanto, é claramente criticada por líderes europeus no evento.

Energia — O presidente Fernando Henrique levou para a cúpula a proposta de que as fontes renováveis de energia – como a solar e a eólica – sejam correspondentes a 10% de todo o consumo do mundo.

A idéia, no entanto, não foi bem recebida nem pelos próprios países em desenvolvimento. As nações que fazem parte da Opep, por exemplo, apresentaram uma posição contrária, já que precisam do mercado de petróleo para se desenvolver.

Com informações da Agência Brasil.




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