As manifestações contra o governo na Hungria continuaram neste domingo em Budapeste e devem ser mantidas com a aproximação das eleições municipais de 1o de outubro. Neste domingo, cerca de 8 mil pessoas estavam reunidas na praça Kossuth pouco depois das 19h (hora local) no sétimo dia de protestos.

"As manifestações certamente chegaram ao seu apogeu no sábado. Mas elas vão se manter por toda a semana", afirmou o porta-voz do comitê de organização dos protestos, Krisztian Hajdu, ligado à direita parlamentar.

Os organizadores esperavam de 10 mil a 15 mil pessoas ‘em calma’ neste domingo à noite, mas não havia certeza de que esta meta seria alcançada.

No sábado, cerca de 20 mil pessoas protestaram pacificamente na praça Kossuth para exigir a demissão do primeiro-ministro socialista, Ferenc Gyurcsany, após ele ter reconhecido que mentiu sobre suas reformas econômicas.

Na noite de sábado para domingo, um coquetel Molotov lançado contra a sede do Partido Socialista em Kôszeg (oeste) provocou um princípio de incêndio, mas sem deixar feridos.

Eleições - Hajdu afirmou que haverá uma "diminuição progressiva do número de participantes" nos próximos dias que antecedem as eleições municipais, e anunciou uma pausa no movimento no dia 29 de setembro, dois dias antes da votação.

O principal partido de oposição de direita, o Fidesz do ex-primeiro-ministro Viktor Orban, quer fazer destas eleições um referendo para a coalizão de centro-esquerda que retornou ao poder em abril.

Gyurcsany, que afasta desde o início do movimento a hipótese de se demitir, contra-atacou neste domingo acusando Orban de ‘conluio’ com a extrema direita, sempre presente nas manifestações em Budapeste.