"Oliver Kahn salvou nossa vida", declarou Voeller em agradecimento ao goleiro. E até Bruce Arena, o técnico norte-americano, que também foi goleiro durante sua carreira profissional, elogiou as "defesas extraordinárias" de seus ex-colega alemão.

Mas, no dia seguinte, a pergunta que não quer calar entre a torcida alemã é: até quando Kahn poderá salvar a seleção? O presidente da Federação Alemã (DFB), Gerhard Meyer Vorfelder, tentou animar os jogadores assinalando "que não há porque se desculpar por estar nas semifinais" sem ter jogado tão bem.

Mas os rostos dos jogadores na saída dos vestiários não deixaram dúvida: a primeira classificação para as semifinais em 12 anos não foi sinônimo de bom futebol. Algo que deixa Voeller muito preocupado para o próximo jogo, quarta-feira, contra a Coréia do Sul ou Espanha. O técnico teme que Kahn não seja suficiente para 'salvar a vida' da seleção alemã, "que está fazendo o mínimo que pode", segundo o treinador.

Voeller, que havia prometido "um futebol atraente e moderno", sabe que sua equipe não pode depender apenas da "inspiração" de seu capitão e goleiro. "É preciso jogar melhor nas semifinais, senão vamos acabar parando por aí", advertiu.

A linha ofensiva da equipe é sua maior preocupação. Contra os Estados Unidos, os alemães só tiveram duas chances de gol, enquanto os adversários, pelo menos seis.

Kahn, o salvador, esforça-se por enfrentar a crítica dando importância à atuação de seus companheiros e a seu desempenho providencial. "O que importa é que estamos nas semifinais. Daqui a dois dias ninguém se lembrará de como ganhamos", garantiu.

Ele aproveitou a ocasião para afirmar que o desempenho da equipe alemã nesta Copa já serviu para apagar a triste lembrança da Eurocopa-2000, quando foi eliminada na primeira rodada. "A Eurocopa-2000 agora já é história", afirmou.