Aroma Café

Aporanga Tupi-Guarani,
Curupira minha terra querida,
Entre a cruz e a espada vivemos,
Como os refugiados da Síria

‘A caminho das Índias’ Cabral se perdeu,
Pangéia rompida miscigenação,
País tropical, não se defendeu,
Potira na escola com livro na mão
Tintas e aquarelas decoram as telas,
De corpos pintados e samba no pé,
A seiva da mata disfarça o sangue,
Presídio é senzala em aroma café

Saci no farol, quilombos de concreto,
Céu cinza ofusca estrelas e sonhos,
Homens de turbante se jogam em prédios,
Propagam a paz produzindo plutônio

Pressionam países, procuram petróleo,
Pessoas se perdem por ganância e ego,
Vilão visionário voa como águia,
Foco absoluto e espírito cego

Um Deus de amor que controla o tempo,
Traz paz e coragem diante da luta,
Estudam com fé, um livro sagrado,
Enquanto a "macumba" tem quem diz que chuta
Registros retratam histórias escritas,
Banhadas com ‘lágrimas, suor e sangue’,
Poluem-se: as matas, os rios, a caatinga,
o cerrado, Amazônia, os pampas e mangues

Ordem e progresso estampa a bandeira,
passaram-se anos, somos resistência,
Porque as favelas crescem em escala,
e nas escolas restam as ausências

Tintas e aquarelas decoram as telas,
De corpos pintados e samba no pé,
A seiva da mata disfarça o sangue,
Presídio é senzala em aroma café

Tintas e aquarelas decoram as telas,
De corpos pintados e samba no pé,
A seiva da mata disfarça o sangue,
Presídio é senzala em aroma....
...café.

O AUTOR: Kamao Couto.

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