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Atila aposta em França para dialogar com Sabesp

Júnior Carvalho
do Diário do Grande ABC
04/11/2017 | 07:00
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Pressionado pela Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) a pagar dívida bilionária da Sama (Saneamento Básico do Município de Mauá), o prefeito Atila Jacomussi (PSB) afirmou que apostará na boa relação com o vice-governador Márcio França (PSB) para facilitar o debate caso o correligionário assuma o comando do Palácio dos Bandeirantes em 2018.

Com a provável candidatura do governador Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência no ano que vem, França assumiria mandato-tampão na chefia do governo paulista – o tucano terá de renunciar nos primeiros meses do próximo ano para disputar a sucessão de Michel Temer (PMDB). “Acho que, com a chegada do Márcio França, a gente pode realmente ter um diálogo mais próximo (com a Sabesp). Não que não houve debate. A Sabesp sempre nos atendeu”, vislumbrou o socialista.

Na disputa direta com Donisete Braga (PT) no segundo turno do pleito de 2016, Márcio França pediu votos pessoalmente a Atila em Mauá e também subiu no palanque do socialista ao lado de Alckmin.

Embora esteja submetida à cartilha do Palácio dos Bandeirantes, a Sabesp é uma empresa de economia mista, de capital aberto na Bolsa de Valores de Nova York (Estados Unidos), e suas finanças são submetidas à análise de comitê de auditoria independente, o que, em tese, poderia inibir qualquer interferência política na empresa.

No dia 6 de outubro, após a Sabesp decidir reduzir parcialmente a distribuição de água no município, Atila entregou proposta de pagamento do passivo da Sama – gira em torno de R$ 2 bilhão – à companhia paulista. Na negociação, cogitou-se, inclusive, a entrega de metade do comando do abastecimento na cidade. A decisão da Sabesp em diminuir a vazão de água em 10% tensionou o debate. Atila chegou a acusar a companhia de deixar o município “à mercê da falta de água” e que a decisão de cortar água da população era sinais de “não gostar do povo”. Até placas anônimas com críticas e foto do governador foram espalhadas pela cidade.

REPASSES
Se não emplacar mudança na rota do debate com a Sabesp, Atila está certo de que é possível convencer o Estado a aumentar repasses destinados à manutenção do Hospital Doutor Radamés Nardini. “Outro ponto que já conversei com o Márcio é sobre as transferências na Saúde. Hoje o Estado deve mais de R$ 8 milhões de repasse para a manutenção do Nardini. E também (precisa-se) aumentar os valores. Essa quantia atual, de R$ 1 milhão por mês, não atende a demanda do setor. O que o Estado tem repassado é muito abaixo do que é transferido para outros municípios, como São Vicente (Litoral), por exemplo”, salientou Atila, ao citar que o “ideal” é o repasse atingir R$ 3 milhões por mês. 




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