Esportes Titulo Primeira Divisão
Santo André joga chance de retorno à elite diante do Barretos, no Interior

Equipe da região pode perder por até um gol de diferença que ainda assim estará na Primeira Divisão

Por Anderson Fattori
30/04/2016 | 07:00
Compartilhar notícia
Celso Luiz


É hoje. Depois de vibrar e chorar na campanha, o torcedor do Santo André pode ver a equipe voltar para a elite do Paulista após cinco anos. A desconfiança do início deu lugar ao otimismo na reta final e o acesso nunca esteve tão próximo. Basta não perder por mais de dois gols para o Barretos, às 19h30, no Estádio Fortaleza, no Interior. Empate ou derrota por um gol favorecem o Ramalhão, que fez 2 a 0 na ida, no Bruno Daniel. Se o Touro do Vale devolver a diferença, a decisão será nos pênaltis. Quem vencer vai à final contra Mirassol ou Batatais, que fazem o segundo jogo amanhã, às 10h. Na ida, o Leão venceu por 1 a 0.

É difícil imaginar o Santo André sofrendo dois ou mais gols. Sob o comando de Toninho Cecílio, isso ocorreu só uma vez, nos 2 a 0 para o Taubaté. Em dez jogos, o time passou seis vezes sem ser vazado e sofreu apenas seis gols. Mas o futebol é imprevisível e o treinador sabe bem disso, tanto que conversou muito com os atletas durante a semana para mantê-los focados.

A missão de Toninho foi mostrar que, apesar de confortável, a vantagem pode sumir se faltar concentração, ainda mais fora. “Não pode ser um peso para nós. Ela foi conquistada. O Barretos também tem um benefício, que é decidir em seu estádio. Acho que as coisas se equivalem. Não trocaria os gols de diferença por atuar em casa, mas é uma vantagem importante a deles também”, disse.

De fato, é preciso reconhecer os méritos do Barretos, que foi o último clube a ser montado para a Série A-2 – herdou a vaga do Atibaia, eliminado por não ter estádio com capacidade para 8.000 torcedores –, terminou a primeira fase na quarta posição – o Santo André foi o oitavo – e venceu sete dos dez jogos no Estádio Fortaleza – porém, apenas um com mais de dois gols de diferença.

Do outro lado, o Ramalhão aposta no sistema que vem dando certo desde a chegada de Toninho. “Fiz o grupo jogar mais compactado. A exigência forte ajuda. Jogador precisa ser cobrado diariamente, a corda tem de ficar esticada. O grupo é sério e comprometido. O Santo André tem uma cara, um jeito de jogar. Se é admirado ou não, acho que foi a forma mais adequada para o momento. Tem cara de luta, de compactação, de agressividade sem a bola, de solidez defensiva”, analisa o técnico, que espera que isso seja suficiente para buscar o acesso.


Toninho Cecílio ganha opções e deixa escalação da equipe indefinida


Para amenizar o desgaste das quase seis horas de viagem, o Santo André seguiu na quinta-feira para Barretos e Toninho Cecílio deixou o Grande ABC sem dar pistas do time que vai escalar. A única convicção é que o meia Branquinho, que cumpriu suspensão no primeiro jogo, volta. Na lateral direita, sem Apodi, suspenso, Jean deve reassumir a posição.

A dúvida é se Fernando, autor dos dois gols do primeiro jogo, será mantido. Caso seja, Antônio Flávio perde a posição. No meio, Diogo Orlando e Dudu Vieira lutam por uma vaga.

Com muitas opções para escalar o time, Toninho Cecílio se sente pressionado. “Não posso errar. Devo isso aos meus jogadores. Tenho reforços importantes e no momento certo da competição”, comemora.

O técnico diz que montou equipe para resistir à pressão do Barretos. “Vão ser 90 minutos. Não vou preparar a equipe para suportar 15 ou 20 minutos de pressão. Isso não funciona para mim. Vai ter de sofrer 90 e mais os acréscimos”, projeta o treinador andreense.


BARRETOS

O técnico Vilson Tadei, ex-Santo André, terá o retorno de três jogadores importantes que estavam suspensos: o lateral-direito William Cordeiro, o zagueiro João Vitor e o atacante Wilson Júnior.


Quero deixar o Santo André na elite, diz o meia Branquinho

Jogador repete discurso de quando foi contratado e espera conseguir feito hoje, diante do Barretos


Um dos trunfos do Santo André para a decisão da vaga na elite do Campeonato Paulista, hoje, às 19h30, contra o Barretos, no Estádio Fortaleza, no Interior, é o meia Branquinho. Artilheiro do time na competição com nove gols, ele ficou fora na primeira partida e da arquibancada do Bruno Daniel viu seu substituto, Fernando, marcar os dois gols da vitória por 2 a 0.

Fundamental no esquema do técnico Toninho Cecílio, o meia certamente estará entre os titulares e pode consumar desejo que nutre desde quando foi contratado, no fim de 2015. “Na minha chegada falei que, como fomos vice (da Série A-1) em 2010 (perdeu a final para o Santos), eu queria deixar nesta passagem o título e a vaga na elite para o Santo André. Continuo com esse sentimento e vou batalhar para isso. Sei das importâncias do momento e de nós, jogadores, estarmos fechados para conquistar este objetivo”, destaca Branquinho.

Experiente, o meia, 33 anos, sabe que não será fácil segurar a vantagem construída no primeiro jogo – o Ramalhão pode perder por um gol de diferença que ainda assim estará na Primeira Divisão – e recomenda que o time esqueça o duelo do Bruno Daniel. “É como se estivesse 0 a 0. O Toninho está trabalhando bem a equipe e não podemos só nos defendermos, porque se toma o primeiro gol chama o segundo. Não podemos dar essa chance para eles. Temos de estar concentrados e dar sustos no adversário”, diz.

Branquinho ainda não digeriu o cartão amarelo que recebeu na segunda partida das quartas de final contra o São Caetano, que o tirou do primeiro duelo. “Das 22 rodadas da Série A-2 só fiquei fora de duas. Situação difícil, porque você joga o campeonato todo e sai na decisão. Mas faz parte. Tomei o terceiro cartão em infelicidade de discussão com o árbitro (Raphael Claus, curiosamente, o mesmo que apitará hoje), mas os que entraram fizeram grande jogo e conquistaram a vitória”, comemora o meia.

Apesar de estar acostumado com grandes jogos e decisões, Branquinho assume que a semana está sendo diferente e compara com os momentos que viveu pelo Santo André no Paulista de 2010. “O clima é parecido. Lógico que a ansiedade era grande para enfrentar o Santos, mas confesso que estou ansioso nesta semana também. Quero ajudar a equipe a conquistar o acesso. É o jogo do ano para nós e para o Santo André. Não há margem para erros. No futebol, 2 a 0 é placar perigoso”, ressalta.


Partida deve ter presença de 150 torcedores andreenses


‘O Santo André jamais jogará sozinho’. A frase, comum a muitos torcedores do Ramalhão, mais uma vez fará sentido hoje. Apesar dos 456 quilômetros que separam o Grande ABC e Barretos, cerca de 150 torcedores vão enfrentar as seis horas de viagem para apoiar o time no jogo mais importante dos últimos anos.

Pelo menos dois ônibus seguirão para o Interior. Um sairá da sede de uma das torcidas organizadas e o outro parte às 8h de frente do Estádio Bruno Daniel. As vagas serão preenchidas por ordem de chegada e a viagem será gratuita. Muitos ainda devem cruzar o Estado em carros particulares.

Diário esteve nas 22 partidas disputadas pelo Santo André na Série A-2 até agora e comprovou que em todas o time teve apoio nas arquibancadas. Em algumas, pela proximidade, o número de fãs era grande, como na estreia, em Americana, por exemplo, e diante do Taubaté, na reta final. Já na longínqua Batatais – 372 quilômetros de distância –, eram sete, mas fiéis torcedores dando apoio ao time.

Os andreenses devem encarar estádio lotado em Barretos. Apesar do valor do ingresso, que varia de R$ 60 no setor coberto e R$ 30 na geral, a expectativa é que o público supere os 6.065 que compareceram à semifinal contra o Taubaté.


Ramalhão vai jogar Copa Paulista e cai em grupo com rivais e o Santos


Independentemente do resultado de hoje, contra o Barretos, o torcedor do Santo André terá reencontro breve com o time. Ao contrário de 2015, quando abriu mão de disputar a Copa Paulista no segundo semestre, desta vez a diretoria do Ramalhão manifestou interesse em participar da competição, que começa dia 3 de julho e dará ao campeão o direito de escolher entre vaga na Série D do Brasileiro ou na Copa do Brasil.

Ontem, a Federação Paulista divulgou os grupos da Copa Paulista e o Santo André integra a Chave 4 com os rivais São Caetano e Água Santa, além de Flamengo de Guarulhos, Nacional, São José FC e Santos, que vai usar seu time B, assim como o São Paulo, que está no Grupo 3. O São Bernardo já havia adiantado que não disputaria a competição.

Agora, a meta da diretoria é viabilizar a montagem do time, já que a maior parte do elenco atual tem contrato até o fim da Série A-2. Além disso, será preciso resolver a questão do estádio, já que o Bruno Daniel está cedido ao COB (Comitê Olímpico do Brasil) até 30 de outubro e servirá de campo de treinamento para as seleções de futebol que vão disputar a Olimpíada do Rio de Janeiro. Uma opção seria mandar as partidas no Baetão, em São Bernardo, mas ainda será preciso negociar com a Prefeitura vizinha.


RIVAIS

Água Santa e São Caetano vão disputar a competição com o que têm de melhor. A diretoria do Netuno tenta manter alguns jogadores que disputaram a elite do Paulista, enquanto a base do São Caetano será formada pela equipe que participou da Série A-2.  




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;