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Equipe do Azulão busca
ânimo para pegar a Ponte
Por Anderson Fattori
Do Diário do Grande ABC
30/04/2011 | 07:13
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Contrariado, o São Caetano volta a campo hoje para a disputa da semifinal do Troféu do Interior. Ainda lamentando a eliminação nas quartas de final do Campeonato Paulista, o time tenta valorizar o que muitos chamam de prêmio de consolação e vai para cima da Ponte Preta motivado pela premiação de R$ 250 mil dada ao campeão. O jogo será às 18h30 (SporTV), no Estádio Moisés Lucarelli, em Campinas. O vencedor pega Oeste ou Mirassol, que fariam a outra semifinal ontem, após o fechamento desta edição.

O único desfalque do São Caetano é o lateral-esquerdo Bruno Recife, suspenso pelo terceiro cartão amarelo. Em seu lugar, o técnico Ademir Fonseca preferiu improvisar o lateral-direito reserva Diogo. No restante do time, nenhuma novidade, com o goleiro Luiz e o atacante Eduardo retomando as condições de titulares após cumprirem suspensão.

A partida é diferente para o volante Souza, que defendeu a Ponte Preta. Conhecedor dos atalhos do Moisés Lucarelli, o jogador ensina o caminho da vitória. "Temos que tocar a bola no começo para aproveitar a ira da torcida, que se irrita facilmente. Nossa chance é abusar das jogadas pelas laterais", aconselha ele, imaginando o cenário do confronto. "Lá não tem isso que a partida não vale nada. A Ponte Preta joga e tem que ganhar. Certamente o estádio estará com bastante público", prevê.

O técnico Ademir Fonseca concorda com o jogador e espera dificuldades em Campinas. "A Ponte Preta não se classificou para a

s quartas de final à toa. Assisti ao jogo contra o Santos e eles foram muito bem. Tiveram uma série invicta (foram 11 jogos sem derrotas) e terminaram forte a primeira fase. Temos que entrar com tudo e tentar explorar os espaços que o adversário deve nos dar", comentou o treinador.

Quem vencer o confronto estará classificado para a final. O empate, porém, leva a decisão para as cobranças de pênaltis, que foram exaustivamente treinadas pelo São Caetano, mesmo embaixo de chuva.

PONTE PRETA

O técnico da Macaca, Gilson Kleina, também aposta em confronto equilibrado, mas espera aproveitar o fator casa para garantir vaga na final.

A única dúvida é o volante Gil, que vai se transferir para o Coritiba depois do Paulistão e não sabe se começará jogando. Xaves fica de prontidão. "Vamos conversar e ver o que ele está pensando. Se colocou à disposição, mostrando o quanto ele gosta da Ponte Preta", destacou Kleina.

O atacante Tiago Luís, que não enfrentou o Santos porque pertence ao time santista volta ao grupo. Ele entra no lugar de Márcio Diogo.

 

Isolado, Ademir não palpita sobre reforços

 

Técnico de futebol é aquele que treina, escala e prepara a equipe. Para isso, indica jogadores com características que melhor se encaixam no esquema tático predileto. No São Caetano, porém, é tudo diferente. Por lá, quem observa e contrata é a diretoria. O papel do treinador é de mero coadjuvante. É a materialização da máxima: manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Ademir Fonseca vive na pele a situação. Contratado na quarta rodada do Campeonato Paulista, agora teria a chance de montar o elenco para a Série B de acordo com as suas avaliações, mas não será possível. "É o primeiro time que trabalho em que o treinador não indica ninguém. No máximo sou questionado se conheço o fulano. De repente, chega um reforço", confidencia o técnico.

Apesar do modelo inusitado, Fonseca vê lado positivo na situação. "Pelo menos nunca vão me cobrar pelas escalações, dizendo que é jogador do técnico", comenta.

Depois da eliminação no Paulista, Fonseca lamentou o desequilíbrio do elenco que, após a saída de Vandinho, no meio da competição, ficou apenas com Eduardo como homem de área. Na última rodada, contra o Linense, o artilheiro estava suspenso e o time não produziu ofensivamente.

"Olhando por um lado, a eliminação no Paulistão pode ter sido benéfica. Nossa ida às quartas de final iria mascarar algumas deficiências que temos, não só técnicas como de elenco. Pareceria que está tudo bem, o que não é verdade. Com a eliminação a diretoria deve buscar pelo menos quatro reforços", avalia ele.

Nitidamente, se pudesse, o técnico faria mudanças no elenco. Sem contar goleiros, quatro atletas - o zagueiro Júlio Santos, o lateral-direito Leyrielton, o volante Serginho e o meia Heberty - nem entraram em campo no Paulista. "Aqui é diferente. Não dá para dispensar, pois os contratos são longos", contenta-se Fonseca.

Procurado pelo Diário, o presidente Nairo Ferreira de Souza e o diretor de futebol Genivaldo Leal não foram localizados para comentar o assunto.

DE SAÍDA?

Com a fala embargada, o treinador parece dar sinais de desgaste, mas não sinaliza a saída. Pelo contrário, planeja a disputa da Série B. "Após o jogo contra a Ponte Preta iremos iniciar os trabalhos físicos. Na semana do feriado realizamos alguns testes para avaliar onde podemos melhorar e iremos intensificar os trabalhos nessas necessidades", projeta.

Durante o Paulistão, surgiram fortes boatos de possível transferência do treinador para o Vila Nova-GO, mas que acabou não se concretizando. Fonseca é ídolo no time goiano, o qual livrou do rebaixamento para a Série C do Brasileiro no ano passado. A razão pode ter sido a multa que consta no contrato do treinador caso ele peça a rescisão.

Depois de demitir Antonio Carlos, entretanto, o Vila Nova não contratou substituto e resolveu efetivar Edmar Vasconcelos até o fim do Campeonato Estadual. Pode ser que agora as negociações voltem à tona.

DESEMPENHO

Fonseca lamentou ter chegado tarde ao Azulão. Com 55% de aproveitamento, ele teve desempenho superior ao dos classificados Oeste (54%), Mirassol (53%) e Portuguesa (49%). "Nos quatro primeiros jogos, disputamos 12 pontos e ganhamos um. Encontrei um time abalado, conseguimos reverter a situação, mas não deu tempo de classificar", lamenta.




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