Num esforço para garantir a renovação do acordo de estabilidade aos funcionários, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (filiado à CUT) busca uma reaproximação junto à Volkswagen. A entidade quer se reunir no final de abril com o presidente da montadora, Hans-Christian Maergner, para estreitar os contatos com a empresa. A iniciativa é feita após desgaste nas relações entre categoria e companhia, em razão dos movimentos grevistas que anteciparam o debate sobre essa prorrogação.

Para essa reunião acontecer, um pedido neste sentido já foi encaminhado à Volkswagen, adiantou sábado o presidente do sindicato José Lopez Feijóo. Com essa ação, os sindicalistas pretendem saber qual é o posicionamento da montadora sobre a possibilidade de renovar o acordo. Seu vencimento será em 20 de novembro.

O assunto foi um dos principais temas da primeira assembléia para discutir a prorrogação desse acordo, organizada sábado na sede da entidade. Segundo Feijóo, a tentativa de reaproximação com a Volkswagen é para saber qual é o posicionamento da empresa em relação à renovação do período de estabilidade de emprego. O sindicalista considera "difícil e desgastado" o relacionamento com a montadora hoje.

Na sua avaliação, o principal motivo é a greve de 25 dias dos funcionários da unidade por PLR (Participação nos Lucros ou Resultados), ocorrida entre 29 de setembro e 24 de outubro do ano passado. Na ocasião, o sindicato chegou a pedir a prisão do presidente da Volkswagen por suposto descumprimento de determinação judicial. Sentença do TRT (Tribunal Regional do Trabalho) havia determinado o pagamento dos dias parados e uma participação de R$ 4.750.

"Tenho obrigação de melhorar essa relação enquanto sindicalista. É a única maneira de se produzir um diálogo sobre um assunto tão importante", comentou Feijóo.

Assembléia - Cerca de 200 trabalhadores participaram da assembléia de sábado. O próximo encontro ocorrerá com trabalhadores de outros setores da unidade, a partir das 10h de domingo, na sede do sindicato (rua João Basso, 231, no centro de São Bernardo). A iniciativa marca o início da mobilização pela prorrogação da medida.

A última assembléia será no próximo dia 8. O acordo de estabilidade foi firmado em 20 de novembro de 2001 e prevê estabilidade de emprego por cinco anos, mediante flexibilização da jornada e redução de salários. Hoje, a fábrica de São Bernardo conta com 12,4 mil funcionários.