Bianca Araújo, 18 anos, atleta do time de basquete feminino de Santo André, foi convocada para a Seleção Brasileira. A informação poderia até passar despercebida não fosse a história de vida da pivô, que há quatro anos trocou a dura vida de catadora de lixo pela de sucesso dentro das quadras, se tornando uma das grandes promessas do Brasil para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio.

Bianca chegou ao time de Santo André certa de que não queria jogar basquete. Aceitou o convite de um amigo para fazer um teste e caiu nas graças da técnica Laís Elena, uma das maiores descobridoras de talentos do País. Foi a treinadora quem convenceu a jovem a explorar seu 1,91 metro para a prática do esporte. “Tinha preguiça de treinar, não gostava mesmo, mas agora tudo mudou na minha vida”, confessa Bianca, ainda bem tímida.

O esporte mudou radicalmente a vida da pivô. Ela passou a morar no alojamento ao lado das outras jogadoras, no Complexo Esportivo Pedro Dell’Antonia, ganhou um quarto e uma televisão, o que era artigo de luxo. “O basquete me deu tudo o que tenho e nisso que penso quando venho para a quadra treinar. Tenho de estar bem para continuar”, disse.

Em junho, a pivô foi surpreendida com a primeira convocação para a Seleção Brasileira adulta e compôs o grupo que disputou e perdeu três amistosos diante do Canadá, em Edmonton. Agora, a jogadora foi novamente lembrada, mas desta vez para ser protagonista do time sub-18 na disputa da Copa América, que será realizada de 6 a 10, nos Estados Unidos.