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Ciclistas não têm espaço nas cidades do Grande ABC
Vanessa Fajardo
Do Diário do Grande ABC
12/10/2009 | 07:01
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A escassez de ciclovias no Grande ABC faz com que as bicicletas cada vez mais deixem de ser utilizadas como meio de transporte e ajudem a desafogar o trânsito. Ciclistas ouvidos pelo Diário dizem que se a região tivesse mais opções e infraestrutura para pedalar, a adesão à bike poderia crescer.

Santo André e São Bernardo empatam no número de ciclovias: são três em cada cidade. Em São Caetano, a ciclovia da Avenida Kennedy tem dois quilômetros e inclui área para descanso. A Prefeitura prevê a construção de um parque linear na Avenida Tijucussu com uma nova via para bicicletas que se articulará com a da Kennedy. Em Diadema e Ribeirão Pires não há qualquer pista para os ciclistas; Mauá e Rio Grande da Serra não informaram sobre a existência desses equipamentos.

"Há três anos fui atropelado quando andava de bike em São Paulo. Aqui na região, as ciclovias melhoraram, mas ainda faltam pistas", afirma o chapeiro Ailton Alves da Silva, 33 anos, que mora em Santo André e usa a magrela para trabalhar em São Caetano. "Com certeza faltam pistas e proteção. O trânsito é complicado e se houvesse mais infraestrutura todo mundo andaria mais", complementa o metalúrgico Pedro Carrinho, 53, morador de São Bernardo.

Se por um lado, especialistas e ciclistas apontam a necessidade de a região investir em ciclovias, não há números do que seria o ideal para cada município. O professor de Transporte da FEI (Fundação Educacional Inaciana), Creso de Franco Peixoto, diz que esse indicador só seria possível a partir de um estudo de origem e destino que apontasse os trechos mais planos das cidades, e revelasse a predominância de viagens dos moradores. "É preciso sentir a potencialidade do bairro e avaliar características como a renda per capita da população. Quando se trata de pessoas de classe média ou média-baixa, a expectativa do uso da bicicleta é maior."

Mais do que investir em infraestrutura, o professor de Transportes da Escola de Engenharia da Universidade Mackenzie, João Vírgilio Merighi, aponta a necessidade de o poder público investir em educação. "Agentes governamentais têm de mostrar as vantagens da bicicleta. É preciso melhorar a cultura dos motoristas; hoje não temos regras rígidas de segurança. Nós, motoristas, quando estamos no volante do carro também esquecemos dos ciclistas."




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