Aguns dizem que Brasil x Uruguai é o principal clássico da América do Sul, desdenhando até quando a Argentina está em campo. E as duas seleções vão matar a saudade hoje, às 16h, no Estádio Mineirão, em Belo Horizonte, em jogo que vale vaga na decisão da Copa das Confederações.
O dérbi envolve todo um misticismo, desde a inesquecível vitória uruguaia no Maracanã sobre os donos da casa no jogo decisivo da Copa de 1950, passando pelos triunfos brasileiros na semifinal no Mundial de 1970 e o jogo das eliminatórias, em 1993, que assegurou o time canarinho na competição de 1994, nos Estados Unidos.
Apesar de toda a história de ambos os esquadrões, eles já não se encontravam nos campos desde 2009. De lá para cá, o insucesso brasileiro em torneios como Copa América e o próprio Mundial de 2010 evitou o reencontro, além de o fato do Brasil não participar das eliminatórias.
Inclusive, do atual elenco tupiniquim, apenas o goleiro Júlio César e o lateral Daniel Alves já encararam o rival de hoje em jogos pelo profissional. O restante vai saborear o clássico pela primeira vez.
Com toda a rivalidade histórica, o Brasil sabe que terá pela frente uma partida bem acirrada. “A gente espera que não aconteça deslealdade, pois estamos em uma competição que o mundo inteiro estará vendo. Espero um futebol muito duro do Uruguai, mas nada de socos ou coisa parecida”, ressaltou o atacante Fred.
Para o técnico Luiz Felipe Scolari, a rivalidade entre as equipes é normal. “Em clássico sul-americano, às vezes em uma disputa qualquer se dá conotação mais forte. Tivemos o jogo da Itália, que também foi forte, e nem foi clássico sul-americano. Os clássicos são assim, se jogarmos pela (Copa) Libertadores contra argentinos, também é assim”, ressaltou o treinador.
Ele diminuiu qualquer pressão devido à longínqua derrota de 1950. “Não era nem nascido em 1950”, brincou o treinador, que nasceu em 1948. “Aconteceu uma derrota, em um jogo em que umas das equipes tem que vencer. Não há nada psicológico, nada que influencie o jogo de amanhã (hoje)”, assegurou o comandante.
FORÇA MÁXIMA
Felipão confirmou que o Brasil terá força máxima para a partida. Inclusive o volante Paulinho, que não atuou contra a Itália devido a entorse no tornozelo, e o zagueiro David Luiz, que teve que deixar a partida ainda no primeiro tempo por conta de pancada, foram confirmados pelo treinador.
O meia Bernard, que, segunda-feira, também recebeu pancada de Filipe Luis e era dúvida, foi confirmado e ficará no banco.
Apesar de revelar os titulares no treino de reconhecimento do gramado do Mineirão, ontem, o treinador teve alguns sustos. Os volantes Luiz Gustavo e Fernando e o atacante Neymar sofreram pancadas nas atividades de ontem e chegaram a receber atendimento médico, mas logo se recuperaram.
No restante do trabalho, os jogadores se divertiram bastante, mas ainda treinaram posicionamentos, além de jogadas de bola parada. Fred e Neymar também realizaram cobranças de pênaltis.
Do outro lado, o técnico Óscar Tabárez mudou o planejamento de última hora e transferiu o treino para o Estádio Independência, do América-MG. No Mineirão, o elenco fez apenas rápido reconhecimento do gramado.
Segundo o treinador, que não revelou a equipe ontem, o Uruguai tem o direito de não falar sobre os titulares. “Não acho que exista mistério. O fato de termos trabalhado com os portões fechados e de não revelar a escalação não significa que estamos desobedecendo as regras. Temos o direito de fazer isso”, disse o treinador.