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Cadastro do 'Fome Zero' tem até nome de políticos
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06/06/2003 | 00:02
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Sob suspeita de favorecer quem não é pobre, o cadastro único do governo federal pode conter até o nome de políticos em meio à lista de pessoas que formam o público alvo dos programas sociais, diz nota divulgada quinta-feira pelo Ministério Extraordinário de Segurança Alimentar.

Irregularidades no cadastro do Fome Zero já haviam sido identificadas pelo ministro José Graziano. Segundo ele, porém, nenhum benefício do cartão-alimentação foi pago indevidamente.

Para enfrentar o problema, o governo aposta na criação de comitês gestores em cada município. A idéia é que esses comitês, formados por representantes do poder público e da comunidade, analisem a lista dos potenciais beneficiários e excluam dela as famílias que não estejam entre as mais pobres. Só aí serão liberados os pagamentos – o cartão-alimentação repassa R$ 50 por mês a famílias com renda mensal per capita de até meio salário mínimo.

A nota do Ministério diz que a "existência de políticos cadastrados no Cadastro Único não é impossível, até pelo histórico de denúncias que existem desde o governo anterior". O cadastro único reúne os nomes de pessoas pobres em todo o país. A identificação dessas famílias, porém, costuma ficar a cargo das prefeituras, o que abre caminho para o favorecimento político e práticas clientelistas.

Graziano disse quinta-feira que os comitês gestores do Fome Zero identificaram diversas pessoas incluídas indevidamente no cadastro dos municípios onde o programa já foi implantado e que não preenchem os critérios para receber os R$ 50 mensais do cartão-alimentação.




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