Para o avô da criança, José Francisco Rodrigues, 56 anos, houve falha no atendimento. “Meu filho trouxe o bebê ontem (quarta), às 12h. A criança estava com dor de ouvido e febre. O médico disse que era a dentição, passou remédios (cefalexina, dipirona, rinosoro e inalação) e deu alta.” A criança morreu às 8h30 desta quinta, após retornar para a UBS.
“Minha irmã disse que o garotinho ficou mole quando ela deu a primeira dose dos medicamentos. Mas ele ficou mal mesmo às 6h de hoje (quinta), pois não queria mamar. Ficou roxo e os olhos viraram”, contou a tia de Ricardo, a babá Edna Cordeiro, 29 anos.
Outro tio da criança, o manobrista Ronaldo Rodrigues dos Santos, 28 anos, foi quem a levou de volta ao médico. “Ele foi para uma sala com umas três enfermeiras. O médico olhou a criança e saiu. Como ele passou mal novamente, o médico foi chamado para atender meu sobrinho mais uma vez. Nesse momento, ele se trancou na sala e saiu de lá meia hora depois, para dar a notícia da morte.”
Em estado de choque, Elenice foi auxiliada por amigos durante o tempo em que esperava pela liberação do corpo da criança. Às 9h30, ela conseguiu autorização dos guardas municipais e entrou em uma sala da unidade, permanecendo com o filho por cerca de duas horas.
Enquanto o bebê era retirado pelo serviço funerário da cidade, uma outra criança foi flagrada pela mãe brincando com um aparato típico para aplicação de soro ou medicação intravenosa, com agulha e esparadrapo sujos de sangue. O material estava jogado no chão do pátio da UBS.
A Secretaria de Saúde da Prefeitura de São Bernardo informou, em nota oficial, que todos os procedimentos de reavivar a criança foram feitos, mas que, mesmo assim, a morte de Ricardo será apurada em uma sindicância.
Sobre o material encontrado por outra criança, a Secretaria informou que o lixo hospitalar é descartado em coletores lacrados, mas que a falha também será apurada.
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