"Primeiro, vamos nos concentrar nas merecidas homenagens ao Brizola. Amanhã (terça-feira), durante o dia, vou fazer uma avaliação com os líderes partidários para ver se coloco (a MP do salário mínimo) em votação ou não", afirmou o presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP), em entrevista à TV Globonews nesta segunda-feira à noite.
O risco de a votação ser transferida para a próxima semana existe e é considerável. Mesmo antes da morte de Brizola, João Paulo e os governistas mostravam preocupação com o quorum necessário para a apreciação da MP. É que esta semana é marcada pelas festas de São João, eventos que mantêm dezenas de parlamentares nordestinos em suas 'bases eleitorais'.
A notícia da morte de Leonel Brizola interrompeu as reuniões políticas que governo e oposição realizavam para traçar as estratégias para a votação, que estava confirmada para esta terça-feira à tarde. Depois que a informação surgiu, por volta das 21h40, não havia mais clima para as negociações.
O ministro das Comunicações, Eunício Oliveira, deixou o jantar na casa de João Paulo Cunha para comunicar à imprensa que a votação do salário mínimo na Câmara não acontecerá nesta terça-feira. Fazendo jus ao cargo, o peemedebista comunicou que a sessão deliberativa será substituída pelas homenagens a Leonel Brizola.
Placar - Apesar do adiamento da votação, os governistas estão tranqüilos com o resultado na Câmara. As contas fechadas pelos ministros e líderes presentes à casa de João Paulo Cunha nesta segunda-feira à noite indicam que o Palácio do Planalto não terá dificuldades para restabelecer o salário mínimo de R$ 260 – que já foi aprovado pela Câmara e acabou elevado para R$ 275 por decisão dos senadores.
Segundo Eunício Oliveira, existe na base aliada a "posição clara" de que o governo vencerá por uma margem ainda mais ampla do que a registrada na primeira votação - 266 votos a favor e 167 contra.
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