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As mamães no mercado
Por Cíntia Bortotto
31/07/2017 | 07:22
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Você já viu por aí os coworkings para as mamães, que vêm ganhando cada vez mais espaço? Eles são espaços onde as mães trabalham e têm uma equipe que dá suporte aos filhos, geralmente com idade entre zero e 4 anos. Em geral são casas, empreendimentos liderados porque quem já passou pelo exercício da maternidade, com atividades para as crianças, como se fosse uma escola integrada com o ambiente de trabalho da mãe. Cada uma tem suas regras, mas, em geral, a mãe participa ativamente das atividades dos bebês quando é necessário. O mercado tem visto a maternidade com mais serenidade. Há várias opções para as pessoas que passam pela maternidade.

Se você trabalha numa empresa privada, pode-se ter horários mais flexíveis, por exemplo, para levar a criança na escola ou sair um pouco mais cedo e depois se conectar de casa. Os gestores estão mais preparados para lidar com esta questão de horários mais flexíveis. O mercado também oferece mais possibilidades de empreender e trabalhar como freelancer, em que as mães podem conciliar um trabalho com menor carga horária, não no modelo CLT habitual, com o estar com os filhos. Muitas mulheres acabam optando por outro modelo de trabalho, têm exercitado contratos como consultoras ou autônomas para ter esta flexibilidade.

Vagas de meio período ainda não são a maioria, mas algumas empresas já abrem essa perspectiva de contratação porque percebem que há muitas mulheres com muito para oferecer, mas que não estão disponíveis nem dispostas a abrir mão totalmente dos filhos.

Mas, e o resultado deste trabalho? Os bebês perto das mães podem colaborar ou atrapalhar a produtividade. Para uma mãe que acabou de ter o primeiro filho, é natural que ela se sinta culpada em deixá-lo para fazer outra atividade. E, se a cabeça não está totalmente no trabalho, é óbvio que isso atrapalha a produtividade. Passar por um processo em que você vai se desapegando de estar o tempo todo com a criança de maneira lenta fortalece a produtividade.

Por outro lado, a continuidade deste processo pode ser complicada. Muitas vezes, você está no meio de uma atividade e a criança exige um cuidado, uma atenção. Isso atrapalha a produtividade. O fato é que mãe vai descobrindo com a criança qual é o momento de desapegar um pouco mais, o momento em que ela pode abrir mão de um pouco mais de tempo de estar junto com a criança para se concentrar em uma atividade. Tem atividades que não permitem ter uma criança perto, um operador de telemarketing, chão de fábrica, etc. Mas muitas outras permitem: uma advogada, uma tradutora, etc. É possível trabalhar, dar uma paradinha, cuidar da criança, voltar para o que estava fazendo.

Há ainda algumas empresas que oferecem a possibilidade da creche próximo ao ambiente de trabalho. Na minha visão, isso favorece. Isso envolve uma responsabilidade muito grande, mas as mães trabalham mais tranquilas e o exercício da amamentação pode se estender por mais tempo. É um benefício muito valorizado pelas mães.

Observo que mulheres que são mães têm sendo vistas no ambiente de trabalho cada vez mais de uma maneira mais tranquila. O trabalho é permeado por pais e mães. As pessoas sabem o que o pai e a mãe passam com uma criança pequena. Percebo que as mães às vezes precisam se ausentar, mas tiram de letra, se dedicam um pouco mais em outro momento. Sempre que há conversa e compreensão, o processo passa de uma forma muito natural.

A nova geração no mercado vem com um pedido e um olhar dizendo “olha, não é só dinheiro”, “quero subir de carreira, sou imediatista, mas eu também quero ter equilíbrio entre minha vida pessoal e profissional, não quero me afastar de tudo para ter uma carreira”. Algumas maneiras como o mercado vem se comportando respondem a este pedido. Quando as pessoas pedem um benefício como creche ou dizem que o CLT full não serve, a sociedade de alguma maneira está dizendo: o que vocês têm para oferecer não é mais suficiente. E aí vamos encontrando alternativas inteligentes para lidar com as mudanças.

Siga confiante e boa sorte!
 




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