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PGR deve abrir inquéritos sobre lista regional da JBS

Procuradoria decidirá se investigará oficialmente 10 políticos do Grande ABC que receberam doações

Por Raphael Rocha
do Diário do Grande ABC
02/06/2017 | 07:00
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A PGR (Procuradoria-Geral da República) deve encaminhar pedido de abertura de inquéritos para apurar as doações da JBS a políticos do Grande ABC. Está nas mãos do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, uma decisão sobre a linha de investigação sobre o episódio.

Ao todo foram pelo menos dez políticos da região listados pela empresa como beneficiários de repasses na eleição de 2014 – Gilberto Costa (PEN), ex-vereador de São Caetano; Cidão do Sindicato (SD), ex-vereador de São Caetano; Ailton Lima (SD), atual secretário de Desenvolvimento Econômico de Santo André; Ana Glória Silva (PEN), de Santo André; Marcelo Lima (SD), vice-prefeito de São Bernardo; Frank Aguiar (PRB), ex-vice-prefeito de São Bernardo; Regina Gonçalves (PV), secretária de Habitação de Diadema; Silvino Roque Neto, o Russo (PMN), ex-prefeiturável de Diadema; Vanessa Damo (PMDB), ex-deputada estadual de Mauá; e Diniz Lopes (PSB), ex-prefeito interino de Mauá.

Todas as doações foram registradas no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e, somadas, chegam a R$ 766,3 mil (adicionados os R$ 1.474 recebidos por Russo, que se candidatou a deputado federal em 2014). Os envolvidos negam irregularidades e conhecimento com empresários da JBS. Dizem que os aportes foram feitos por meio das direções nacional e federal dos respectivos partidos. Nenhum dos dez possui foro privilegiado – ou seja, terá análise feita pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou STF (Supremo Tribunal Federal).

A relação de 1.829 candidatos auxiliados financeiramente fez parte da delação premiada firmada pela JBS com a PGR no âmbito da Operação Lava Jato. Segundo a companhia, o dinheiro era repassado a políticos como forma de manter bom relacionamento e de buscar contrapartidas futuras em contratos públicos.

A Procuradoria confirmou que a lista faz parte das informações homologadas pelo STF e que, por isso, pode ser usada como prova para futuras investigações. A PGR também relatou que nenhum dos citados nesta listagem pode ser considerado oficialmente investigado, uma vez que ainda não há inquérito instaurado especificamente sobre esse episódio.

FRANK AGUIAR
A defesa de Frank Aguiar disse, por nota, que os R$ 100 mil em doações eleitorais feitos pela JBS à sua campanha foram repasses da direção nacional do partido. “À época, as doações realizadas por empresas privadas eram lícitas e referida contribuição jamais foi omitida do conhecimento público, tanto que a quantia foi declarada na prestação de contas. Saliente-se que Frank Aguiar jamais teve qualquer tipo de contato com os colaboradores acima citados, sendo que os valores advindos da doação e sua distribuição foram operacionalizados entre seu então partido e a empresa JBS.” 




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