Setecidades Titulo Aedes aegypti
Alunos produzem vídeo sobre dengue
Por Nelson Donato
Especial para o Diário
16/06/2016 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Para alertar a população sobre os riscos da proliferação do mosquito Aedes aegypti, alunos da Emeief (Escola Municipal de Educação Infantil e Ensino Fundamental), situada na Avenida Tibiriçá, 555, na Vila Homero Thon, em Santo André, trabalham na produção de vídeo educativo que relata o drama de família vítima do vetor da dengue, febre chikungunya e zika vírus. A atividade faz parte do projeto Santo André & os Agentes Contra o Aedes, iniciativa das secretarias de Educação e Saúde, em parceria com o Diário.

Tudo começou durante a aula de Ciências da professora Veronica Luzia da Silva, que abordava conteúdos sobre micro-organismos. A partir daí, os estudantes trouxeram questões sobre vírus e bactérias, que posteriormente tornaram-se o ponto de partida para pesquisas sobre o agente transmissor das doenças.

De acordo com a educadora, o interesse dos alunos foi fundamental para as atividades desenvolvidas. “Quando eles (alunos) levantaram as questões da dengue e sobre os perigos da doença, realizaram pesquisas e entrevistas sobre o porquê de tantas pessoas conhecerem as formas de prevenção, mas não aplicá-las no dia a dia.”

Durante os trabalhos, os pequenos ouviram mais de 100 pessoas das mais variadas idades. Deste total, cerca de 20 indivíduos afirmaram que não adotam nenhum tipo de medida preventiva. Para o aluno Diogo Henrique Vieira, 9 anos, o engajamento coletivo é a chave para eliminar o mosquito transmissor das doenças. “As pessoas precisam se ajudar, o comportamento de uma afeta a outra. Meu avô é mecânico e eu sempre olho os pneus da oficina para ver se não tem água parada em nenhum deles.”

Diogo e seus colegas não escondem a empolgação durante os preparativos para elaboração do vídeo. O roteiro já está estruturado e conta a história dos pais de menina que contraiu dengue. No desenrolar da trama, a família percebe as condições precárias da Saúde pública e da falta de conscientização dos seus vizinhos. A partir daí, eles criam mutirões para vasculhar o bairro onde moram em busca de possíveis focos de dengue.

Enquanto a produção é feita, as crianças fazem a sua parte na vida real. A estudante Tayane de Sousa, 9, conta que uma das soluções, na sua casa, foi deixar os recipientes com água longe das janelas. “Os meus pais colaboram bastante, por isso, decidimos deixar os vasinhos com água bem protegidos. Todos deveriam de conscientizar para ninguém mais sofrer com a dengue.”

Já a aluna Sofia Gomes da Mota, 9, detalha que a limpeza dos eletrodomésticos tornou-se rotina na sua casa. “A gente tira a água da geladeira toda semana. Também verificamos se tem água parada em garrafas e vasos.”


Momento político incentiva debate a respeito da origem da corrupção


O momento político confuso pelo qual o Brasil atravessa chamou a atenção dos alunos da Emeief Homero Thon. Apesar da pouca idade – média de 9 anos –, os pequenos levaram para a sala de aula discussões acerca da corrupção e também do afastamento da presidente Dilma Rousseff (PT) e do presidente da Câmara dos Deputado, Eduardo Cunha (PMDB), de seus cargos.
Tal interesse chamou a atenção da professora Veronica Luzia da Silva. Ela propôs que os estudantes buscassem as origens do desvirtuamento dos representantes eleitos pela população. “Eu fiz com que as crianças fizessem pesquisas históricas e buscassem a origem da corrupção no Brasil desde a época da colonização.”

Durante o processo, a docente dividiu a turma em dois grupos. Parte interpretou os portugueses e a outra fez o papel dos índios. Na atividade, ambos apresentavam argumentos enquanto disputavam o poder. “Tratava-se de discussões sobre o domínio territorial. Com as pesquisas deles, trouxeram ponderações muito interessantes sobre a defesa dos ideais de cada grupo.”

A professora ressalta o engajamento dos pequenos em assuntos que teoricamente seriam de cunho adulto. “Dá para ver que eles entraram de cabeça nas discussões. Eu mesma tenho que ficar muito atenta e me atualizar diariamente, pois em toda aula eles trazem questões sobre o nosso cenário político atual.” 




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