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Para Freire, onda de impeachment a Dilma deve voltar com mais força

Em visita ao Diário, deputado federal e líder nacional do PPS assegura que presidente deixou crise econômica atingir classe trabalhadora

Por Leandro Baldini
Do Diário do Grande ABC
16/06/2015 | 07:00
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Celso Luiz/DGABC


Um dos mais críticos ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), o deputado federal e presidente nacional do PPS, Roberto Freire, vislumbra regresso da onda de pedido de impeachment à chefe da Nação com mais força, embasado, principalmente, na crença de que o PT permitiu que a crise econômica atingisse o setor que o mais apoiou ao longo de sua história: classe trabalhadora.
“Hoje, o desemprego está pegando em cheio. E os trabalhadores mais simples estão se vendo com altas dívidas e sem trabalho. Ou seja, um verdadeiro caos. Todos os setores que o PT fala que tirou da pobreza vão voltar e com uma pobreza ainda pior”, atacou Freire.

Em entrevista exclusiva ao Diário, o parlamentar ainda teceu duras críticas a Dilma e ao PT, garantindo que a governabilidade em Brasília ocorre por conta da condução do PMDB, representado na figura do vice-presidente Michel Temer. “A Dilma terceirizou a articulação política, deixando-a nas mãos no Temer, e terceirizou o plano econômico, hoje sob tutela do Joaquim Levy (ministro da Fazenda), que em nada tem a ver com a história do partido. No entanto, se não fizesse isso, acho que não se sustentaria. O PT está tão desarvorado que não percebeu que o PMDB é o sustentáculo do governo e sem ele a onda do impeachment pode voltar e com muito mais peso”, adicionou.

O popular-socialista, no entanto, garantiu que as medidas assumidas pela presidente foram fundamentais para estancar o que considerou de “pior momento do novo mandato da petista”, citando as mobilizações contrárias ocorridas em todo o País, em março e abril. Freire traçou comparativo com a trajetória do ex-presidente Fernando Collor (hoje senador pelo PTB), que foi deposto em 1992. “O impeachment não depende do desejo de ninguém. É algo muito objetivo, que se realiza quando as forças políticas se conscientizam de que não pode continuar com o governante.
E foi o que aconteceu com o Collor, a ‘ingovernabilidade’. Isso que a Dilma conseguiu (abafar o movimento) ele tentou quando convidou o PSDB para o governo, inclusive para fazer um ministério dos notáveis. Era sua tese para enfrentar a crise. E foi uma discussão interna grande. Mas, como não ocorreu, o governo entrou em parafuso”, considerou.

Questionado sobre provável cenário de disputa para 2018, mediante possível retorno do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como candidato do PT, o popular-socialista evitou projeções novamente colocando em dúvida força do petismo a despeito de futuro processo eleitoral. “Não sei como a Dilma chegará em 2016 e o que acontecerá com o PT. Porque precisamos saber qual será o resultado do Petrolão. Não dá para imaginar se os petistas vão aguentar o tranco do Petrolão. E mais: esses escândalos estão chegando muito próximo a Lula. Precisamos ter um certo cuidado, porque estamos vivendo uma crise. Parece que estão pensando em 2018 como se estivesse em plena normalidade. Então, qualquer projeção é difícil. Eu somente espero que tenha 2018 (processo eleitoral).”

FUSÃO
Mandatário do PPS, Freire garantiu que o processo de união com o PSB não foi descartado e apenas prorrogado, ressaltando ser favorável à junção de forças. “Aconteceu um adiamento. Sei que ocorreu problema com o PSB de Pernambuco. Não sei bem o que estavam discutindo, mas tomei ciência que o entrave começou por lá. O partido foi um dos mais que cresceram em âmbito nacional, como, por exemplo, na Capital, onde elegeu o vice-governador (Márcio França). Penso que essa ascensão desarrumou internamente e com a fusão a desarrumação seria ainda mais. É claro que teve outras coisas que contribuíram para este adiamento.
A ideia é retomar a discussão depois da eleição (municipal de 2016)”, ressaltou, não atrelando que ocorrerá proximidade com os socialistas. “Não adianta forçar dizer que estará junto por conta da fusão.”

Para a região, admitiu não estar por dentro da articulação, atribuindo a função para o deputado federal Alex Manente, presidente estadual da legenda. “Não sei bem como estarão a formações com quadros. O Manente é quem está mais à frente disso e confio que tudo ocorrerá bem.” 




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