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Grupo de teatro de Santo André encena clássicos no Ceará

Cia andreense de teatro Som em Prosa faz releituras de Shakespeare em mostra cearense

Por Vinícius Castelli
Do Diário do Grande ABC
06/11/2019 | 07:00
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Emily Aparecida Reis dos Santos/Divulgação


Grupo andreense de teatro que nasceu há nove anos, quando Ana Antunes e Túlio Crepaldi decidiram unir suas forças artísticas, a Cia Som em Prosa comemora agora os passos de sua caminhada. O coletivo foi selecionado para participar da Mostra de Artes de Cariri – 2019, organizada pelo Sesc Ceará.

O conjunto viaja para mostrar dois trabalhos do dramaturgo inglês William Shakespeare (1564-1616), Romeu e Julieta e Hamlet, que serão apresentados sexta e sábado, nas cidades de Crato e Juazeiro.

“Nós nos inscrevemos em um edital aberto para artistas do país inteiro, oriundos de várias expressões artísticas, que, posteriormente, foram aprovados por uma curadoria”, revela Ana.

Esta será a primeira viagem do grupo para fora do Estado de São Paulo. Ela explica que para a companhia, ter sido selecionada e poder apresentar suas produções para público de outro contexto territorial, é algo muito significativo. “O intercâmbio cultural proposto pela mostra é enriquecedor não só para a plateia, mas é um ambiente formativo para os artistas envolvidos”, diz.

O trabalho do grupo mistura texto e música. Segundo Ana, cada obra conta com média de oito músicas. E para cada uma das canções há arranjo eletrônico. “Além disso, em momentos específicos da contação, utilizamos um sintetizador que cria os climas mais densos da história”, afirma.

Ana explica que as montagens partem de livre adaptação, “que tem como objetivo apresentar a narrativa dos autores em uma linguagem prosaica, mais próxima da plateia”. Então, a partir desse clima, as histórias são narradas e ‘costuradas’ com as canções.

A dramaturgia é assinada por Ana Antunes e a composição das canções e produção dos arranjos eletrônicos por Túlio Crepaldi.

Ana explica que Romeu e Julieta conta da ira de duas famílias por conta de grande briga. No meio disso, por meio de ritmos carnavalescos agitando a trilha sonora, a companhia narra a paixão de dois adolescentes que sentiram amor tão intenso quanto um bloco de Carnaval.

Ela diz que Hamlet fala da vingança que corrói o espírito até mesmo depois da morte do corpo. “Com sintetizadores a companhia cria várias camadas de tensão que nos ajudam a compreender a intensidade da trajetória do príncipe Hamlet em busca da verdade sobre a morte de seu pai”, explica.

Algo que faz parte de todas as apresentações da companhia, inclusive das que serão mostradas no Ceará, é a tradução em Libras como parte integrante das cenas.

“A necessidade da inserção da linguagem de sinais se deu devido ao número de surdos que sempre acompanharam nosso trabalho. Ao decidir pela ampliação da Libra como mais um eixo de pesquisa (literatura, música eletrônica e libras), aproveitamos a visualidade da língua para compor imagens e coreografia. E o ator/intérptete, João Mendes, participa dos deslocamentos pelo palco pois é parte do elenco”, afirma. 




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