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Criança de Sto.André aguarda por transplante cardiopulmonar
Por Rodrigo Cipriano
Do Diário do Grande ABC
01/06/2006 | 07:53
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João Pedro tem 11 meses e, desde então, aguarda por um transplante. Ele nasceu com uma anomalia raríssima. Não tem a parte direita do coração e um de seus pulmões não se desenvolveu durante a gestação. Com apenas nove dias de vida, ele passou por uma cirurgia para aumentar a circulação de sangue no pulmão problemático. Segundo os médicos, o procedimento lhe daria chances de chegar aos 5 anos, idade considerada ideal para o transplante. O estímulo não foi suficiente e os médicos que acompanham o caso avisaram a família que ele pode morrer a qualquer momento.

João precisa de um transplante duplo: de coração e pulmão. Poucas vezes esse procedimento foi realizado no Brasil e, segundo o Ministério da Saúde, só três hospitais no país estão habilitados a fazer a cirurgia: o Incor, em São Paulo, além da Santa Casa e do Hospital das Clínicas, em Porto Alegre. "O problema é que os médicos me disseram que aqui no Brasil não fazem esse tipo de operação em crianças na idade dele. Disseram que eu teria de viajar até os Estados Unidos para buscar tratamento. Não tenho dinheiro", disse a costureira Delci Mara Donizete Rosa, 30 anos, mãe de João Pedro.

Além de João, o casal possui outros dois filhos saudáveis. A família mora em uma casa humilde na favela do Jardim Irene, na periferia de Santo André, e vive com uma renda mensal de aproximadamente R$ 1 mil. "Preciso de ajuda. Não posso ficar sentada e ver meu filho morrer na minha frente", afirmou Delci.

Enquanto isso, a única medicação que João Pedro toma é Viagra. O remédio, utilizado para impotência masculina, atua no corpo como um vaso dilatador, aumentando a circulação sangüínea. Ainda assim, sua vida ainda está bem longe de uma criança normal. "Ele quase não brinca. Fica cansado rapidinho. Aí tem que colocar no balão de oxigênio. Nem chorar por muito tempo de uma só vez ele pode. Ele fica roxinho logo."




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