Os moradores da Vila Camilópolis, em Santo André, não se lembram de quando foi a última vez em que o terreno ao longo da Rua Rio Claro passou por manutenção. Parte dele pertence à Petrobras e outra à Prefeitura. Às margens do Córrego Oratório, a vegetação que fica na parte da administração está alta e, pelo menos três vezes por semana, o espaço é alvo de queimadas. Alguns focos chegam a grandes proporções. Na segunda-feira passada, o Corpo de Bombeiros teve de ser acionado para conter as chamas.

"Desde junho de 2011 que procuro a Prefeitura. Mas eles só limpam a praça e o campinho de futebol", disse a professora Irleidy Cristina Madazzio, 41 anos. O terreno é separado da praça por alambrado que foi a própria comunidade instalou após organizar mutirão para arrecadar dinheiro.

"Tem época em que a fuligem chega até a máquina de lavar. A fumaça fica insuportável e uma senhora teve até de ser socorrida porque estava com dificuldade de respirar", contou a professora Adriana de Sousa, 39.

Alguns moradores das ruas vizinhas aproveitam o estado do local para jogar lixo. "Tábua de passar roupa, poda de árvores, sacos de entulho. Sempre que vejo, chamo atenção, mas, na maioria das vezes, quando chego em casa, a sujeira está lá", falou o analista de banco de dados Ademir Morgado, 36.

O Departamento de Vias Públicas da cidade disse que no local existe um imóvel particular e que o proprietário já havia sido notificado para que efetuasse a limpeza do terreno. Como não realizou o serviço, foi autuado. Outra notificação será emitida até que a manutenção do lote seja feita.