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Pelo nosso quintal

A grana está curta? Tem preguiça de ir muito longe? Então, curta o que o Grande ABC tem a oferecer

Por Marcela Munhoz
09/11/2017 | 07:00
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André Henriques/DGABC


Há muito tempo vem se discutindo a forma como o turismo é tratado por aqui. Entre 1999 e 2000, o Diário do Grande ABC publicou o suplemento mensal Guia do Turista Grande ABC, que levantou os principais pontos, festas e passeios da região. No primeiro Editorial, a torcida por melhor organização, divulgação e investimento na área já era grande. “(...) Muitos pontos turísticos ainda são carentes de boa infra-estrutura para receber os visitantes, mas o comprometimento das sete prefeituras é um fator de primordial importância para que se criem condições de recepcionar os turistas e garantir que eles voltem (…)”, trazia o texto.

Pois bem. É fato que, mesmo após 18 anos, o turismo daqui ainda anda a passos lentos. “A gente ainda tem a participação muito tímida das sete cidades. É certo que precisamos resgatar Paranapiacaba, os festivais do cambuci, trabalhar melhor o do chocolate, destacar os eventos de ecoturismo. É possível também pensar em roteiro ferroviário, que cruze as cidades”, explica o coordenador do grupo de trabalho de Turismo do Consórcio, Fernando Bonisio, que também chefia a área em São Bernardo.

Bonisio acredita que “os gestores não entenderam que há grande potencial econômico no turismo, mas que o trabalho nunca parou e vem sendo construído aos poucos”. Segundo ele, a parte técnica é muito complicada. “Para o turismo crescer é preciso ter a colaboração da iniciativa privada, do poder público e também da sociedade, que possa saber o que cada local tem a oferecer.” O coordenador reforçou a importância de que cada região entregue seu plano diretor.

Apesar de todos os problemas e morosidade nos processos, é possível, sim, começar a observar e aproveitar melhor as atrações que integram o ‘nosso quintal’, você pode se surpreender. É por isso que nós, do Turismo do Diário, estamos lançando o selo Nosso Quintal. A ideia é mostrar atrações bacanas para vários tipos de gostos e idades. Contamos com a sua colaboração nas sugestões. Entre em contato com a gente pelo 4435-8364. Nesta primeira edição, fizemos resumo de um pouco de tudo que a região disponibiliza.

TURISMO INDUSTRIAL
“O que posso garantir é que o turismo industrial em São Bernardo é realidade”, conta Bonisio. De acordo com ele, as visitas guiadas a fábricas e montadoras trouxeram, desde 2013, perto de 6.000 visitantes à cidade. “Recebemos grupos de vários lugares, que ficam hospedados, aproveitando as opções e movimentando a economia do município por, pelo menos, uma semana.”

Amanhã e sexta-feira acontece o 2º Congresso Brasileiro de Turismo Industrial no Senac São Bernardo (Avenida Senador Vergueiro, 400). Durante o evento, mais três empresas passarão a entrar no roteiro, totalizando 16. Uma delas vai receber crianças. Hoje, este tipo de turismo é mais procurado por estudantes, mas todo mundo está convidado. “A gente precisa que o Grande ABC tenha algo que chame a atenção de forma regular. A ideia é que São Bernardo se torne a capital brasileira do turismo industrial”. Para agendar uma visita, que é gratuita, acesse www.turismoindustrialsbc.com.br

Na rua
Ao ar livre
- Nada mais gratuito do que andar livremente na rua. Que tal, então, conhecer as feirinhas de artesanato, de comida e até as feiras livres da região? No Riacho Grande, por exemplo, tem a Feira do Verde e do Artesanato, que acontece aos domingos na altura do km 29 da Anchieta. No Paço Municipal (Praça 4º Centenário) ou no Ipiranguinha (Rua Sete de Setembro), em Santo André, no Espaço Verde Chico Mendes (Av. Fernando Símonsen, 566), em São Caetano, na Praça da Paineira (Av. Barão de Mauá), em Mauá, também tem. A Feira de Artes e Antiguidades de Paranapiacaba é muito conhecida. Isso só para falar de locais abertos.

As ruas de lazer podem ser boas pedidas nos fins de semana. Tem as avenidas Kennedy (São Caetano), Prestes Maia e Barão de Mauá (São Bernardo) e o Paço de Santo André, por exemplo.

Quando se fala em comércio, não dá para deixar de citar a andreense Oliveira Lima. Passear por ali é também esbarrar com artistas de rua. Já quem pretende comprar móveis, a são-bernardense Jurubatuba é o lugar. Na cidade tem também a Marechal Deodoro.

Quem gosta de arte não pode deixar de prestigiar obras como o Monumento ao Trabalhador, de Tomie Ohtake, no Paço andreense, e participar de manifestações culturais como a roda de samba Terreiro de Mauá (Rua San Juan, 121) ou o Sarau da Quebrada, em Santo André.]

Crianças
Rolês para os mais novos
- A infância é uma das melhores fases da vida e o Grande ABC oferece algumas atividades que agradam bastante os mais novos. Os parque são boas escolhas (veja mais abaixo), mas na região também tem espaços bem diferentes.

Desde 1968, a Cidade da Criança (Rua Tasman, 301), em São Bernardo, distraiu muitas gerações e continua sendo opção divertida no Jardim do Mar. Os tradicionais Xícara Maluca, Twister, Teleférico, Carrossel, Túnel do Terror e Submarino são algumas das atrações. Os ingressos para os brinquedos variam de R$ 5 a R$ 10. Abre de terça a domingo, das 9h às 17h.

A Sabina Escola Parque do Conhecimento (Rua Juquiá, altura do 135), em Santo André, é outra pedida interessante para levar a molecada. Lá tem pinguinário, réplica de dinossauro, além de oficinas diversas. O Planetário Johannes Kepler é imperdível. O parque é grátis para alunos e professores das escolas municipais de Santo André, para crianças menores de 5 anos e pessoas com deficiência. Demais visitantes pagam de R$ 10 a R$ 30.

Os fãs de animais podem curtir o Zoológico de São Bernardo, que fica dentro do Parque Estoril (Rua Portugal 1.100). Várias espécies, em sua grande maioria que foram resgatadas, moram no local, que também tem espaço para aproveitar a natureza e andar de teleférico. O Estoril funciona de quarta a domingo. A entrada para zoo é gratuita e as atrações lá dentro, como caiaque, stand up, pedalinho, custam a partir de R$ 10.

Religião
Quando o assunto é fé -
Já reparou naquela igrejinha simpática do seu bairro? Teve a curiosidade de observar as obras de arte ou os detalhes da construção? Por acaso separou um tempinho para conhecer a história daquele lugar? O Grande ABC, assim como muitos destinos turísticos do Brasil e do mundo, possui paradas obrigatórias nos monumentos religiosos. Se é um assunto que interessa, vai precisar de alguns dias para conhecer tudo por aqui.

A Igreja Nossa Senhora do Pilar, em Ribeirão Pires, por exemplo, é um dos mais importantes exemplares arquitetônicos do século 18. Com forte influência do estilo barroco, foi construída por índios em 1714. Por lá também tem a Igreja de Santo Antônio, a Matriz de São José e a escultura do Mirante de São José, padroeiro da cidade. Para chegar até a Capela de Nossa Senhora das Graças, em Rio Grande da Serra, precisa ter fôlego: são 104 degraus.

São muitas curiosidades: Diadema conta com o templo budista Ji Fudo Myo e São Bernardo abriga uma mesquita. Não deixe de passar também pelas matrizes de Santo André e de Mauá e pela Igreja da Sagrada Família, em São Caetano. O local, na Praça Cardeal Arcoverde, inclusive, conta com interessante museu de arte sacra. Funcionar de sexta e sábado, das 10h às 16h, com ingressos que custam R$ 5 e R$ 10.

Além disso, muitos festivais e eventos nas sete cidades têm caráter religioso e acontecem em louvor a santos e padroeiros. Para citar algumas: Nossa Senhora dos Navegantes, Procissão dos Carroceiros e Festa do Pilar.

História
Para aprender
- Museus, pinacotecas e galerias estão prontas para serem visitadas nas sete cidades do Grande ABC. Só em Santo André, por exemplo, não dá para deixar de conhecer alguns pontos importantes, a começar pelo Museu Dr. Octaviano Armando Gaiarsa (R. Senador Flaquer, 470), que só fecha aos domingos. Recentemente o local, que tem acervo importante da cidade e oferece diversas exposições, recebeu o evento Uma Noite no Museu. No Centro, também ficam a Casa do Olhar (Rua Campos Sales, 414) e a Casa da Palavra (Praça do Carmo, 171).

Em São Bernardo, os destaques são Pinacoteca (Rua Kara, 105), que conta com acervo permanente de arte moderna e contemporânea, e a novíssima e atuante OMA Galeria (Rua Carlos Gomes, 69). A Fundação Pró-Memória (Avenida Dr. Augusto de Toledo, 255), em São Caetano, não pode deixar de ser incluída no roteiro.

O Museu Barão de Mauá (Rua Doutor Getúlio Vargas), em Mauá, é uma pérola da cidade. Inaugurado em 1982, possui acervo com 10 mil itens, incluindo objetos, fotos, livros e periódicos. O prédio é uma casa bandeirista, construída no início do século 18.

Parques
Bons para cachorro
- O Grande ABC pode se orgulhar de oferecer diversas áreas verdes. As sete cidades contam com espaços que unem natureza, bem-estar e diversão e, recentemente, alguns adotaram postura pet friendly, ou seja, os cães são muito bem-vindos.

Ao menos 11 parques da região aceitam a entrada de cachorros, com restrições apenas para raças de grande porte, como pit-bull e rottweiller – que devem utilizar focinheiras. Os parques Central, Celso Daniel (Santo André) e Chico Mendes (São Caetano) têm, inclusive, estrutura exclusiva aos animais, com bebedouros e equipamentos de agility.

Também estão abertos aos pets os parques Chácara Pignatari, Ipiranguinha, Parque Escola, Parque da Juventude (Santo André), Catarina Scarparo D’Agostini (São Caetano), Guapituba, Gruta Santa Luzia (Mauá), Pérola da Serra (Ribeirão Pires) e Parque do Paço (Diadema).

Cada espaço conta com sua particularidade. O Parque da Juventude é para aqueles que gostam de esportes radicais, com pista de skate, half pipe, parede de escalada e outras atrações.

Em questão de tamanho e natureza, nenhum é tão imponente quanto o Parque do Pedroso, com 8,4 milhões de m² de Mata Atlântica. E quando o assunto é natureza, chama atenção o imponente borboletário (foto) do Jardim Botânico, de Diadema – aberto à visitação com hora marcada. O aquário do Salvador Arena, em São Bernardo, também é um espetáculo à parte. Vale destacar o Parque Linear dos Ipês, pioneiro em Rio Grande da Serra, voltado à prática esportiva.

Shoppings
Mais do que comprar
- Já não é de hoje que os shoppings extrapolam a finalidade de compras e são opções de lazer, especialmente dos paulistanos. No Grande ABC, a oferta é grande.

Além das compras, dos cinemas e de aproveitar as praças de alimentação, muitos oferecem também eventos culturais como exposições, feiras do livro, encontros específicos (como o de carros antigos e eventos para promover adoção de animais), apresentações de stand up, pocket shows e atividades bem variadas para as crianças. A maioria das atrações tem entrada gratuita.

No Golden Square (Av. Kennedy, 700), em São Bernardo, acontecem os projetos Diversão e Show na Praça. Vários artistas já se apresentaram, de graça, na área de alimentação do estabelecimento.

Já o Praça da Moça (Rua Graciosa), localizado em Diadema, está promovendo o Praça Fest 2017, com várias atrações gratuitas, incluindo shows cover, desfiles e até evento de tatuagem.

Para os próximos dias no Atrium (Rua Giovanni Battista Pirelli, 155), em Santo André, vão acontecer encontro de buldogues e show cover do Mamonas Assassinas. O shoppings ABC (Avenida Pereira Barreto, 42) e Atrium, em Santo André, promovem também feiras orgânicas.

Todos os estabelecimentos – incluindo o ParkShopping São Caetano, Metrópole (São Bernardo) e Mauá Plaza – terão também programação especial de Natal, com decoração típica e a chegada do Papai Noel. Em alguns, como no Atrium, ele já chegou.

Natureza
Da grama à lama
- Dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica 2015-2016 apontam que o Grande ABC tem 22% de área de Mata Atlântica restante, número significante se considerada a média nacional de 12%. E, sendo assim, a região aproveita para explorar o ecoturismo e algumas atividades mais voltadas à aventura.

Um dos locais mais significativos para aproveitar a mata nativa é o Parque Natural Municipal Nascentes de Paranapiacaba, em Santo André, com 400 hectares de área preservada, cinco trilhas abertas à visitação em dois núcleos de interpretação ambiental (Olho D’Água e Tanque do Gustavo).

Os aventureiros podem desbravar as trilhas das Hortências (325 metros de extensão), das Gravatás (389 metros), da Pontinha (1.090 metros), do Mirante (1.185 metros) e da Comunidade (1.569 metros), com as mais variadas dificuldades e percursos que variam de 30 minutos a duas horas.

De trecho na Rodovia SP-122 entre Paranapiacaba e Rio Grande da Serra se tem acesso à trilha da Cachoeira da Fumaça, na Serra do Mar, indicada inclusive para prática do rapel.

Para aqueles que gostam de desbravar a bordo de carros 4 x 4, os terrenos acidentados, com buracos e atoleiros e cercados por natureza, o Grande ABC também oferece opções, como a trilha da Xiboca, que sai do km 37 da Estrada Velha, em São Bernardo, desafiando jipeiros. Outros atrativos são a trilha da Cachoeira do Rio do Ouro o Morro da Macumba, com caminhos árduos e belas paisagens. 




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