Setecidades Titulo Síndrome rara
Transplante intensifica esperança de cura
Por Natália Fernandjes
Do Diário do Grande ABC
04/03/2016 | 07:00
Compartilhar notícia


 Mais uma etapa da batalha do pequeno Felipe Martins da Silva, 3 anos, contra doença rara e autoimune no sangue foi concluída ontem, quando o morador de São Bernardo foi submetido a transplante de medula óssea. A partir de agora, a família vive período de ansiedade, à espera da ‘pega’ do tecido que ocupa o interior dos ossos e, posteriormente, da concretização da cura da síndrome hemofagocítica.

“Foi um procedimento supertranquilo e o Felipe reagiu melhor que o esperado, porque geralmente as crianças ficam para baixo, mas ele está animado”, destacou pelo telefone extasiada a dona de casa Ana Paula Martins, 31, enquanto jogava videogame com o filho. “Ele fez o transplante jogando e ainda está bem. Não teve febre nem enjoo”, completa, aliviada.

A alegria, porém, foi antecedida por momentos de extrema tensão, revela Ana Paula. “O Felipe estava tranquilo, mas eu passei mal, cheguei a vomitar, tive queda de pressão. Puro nervoso. Até que tive a notícia de que a medula havia chegado e que o transplante seria feito em algumas horas”, lembra.

De acordo com a Ameo (Associação da Medula Óssea), a ‘pega’ é o momento após a transfusão da medula, quando esta já consegue produzir células do sangue em quantidades suficientes. Acontece quando a taxa de plaquetas alcança 20 mil milímetros cúbicos, sem necessidade de transfusão por dois dias seguidos, e quando os leucócitos ficam acima de 500 milímetros cúbicos por dois dias também.

Conforme Ana Paula, a ‘pega’ da medula pode ocorrer entre 15 e 20 dias ou em até um ano. “É uma nova ansiedade. A médica disse que esta semana vai ser difícil, porque o organismo dele vai ter de se adaptar. Mas estou confiante de que vai dar certo. Tivemos uma prova há dois dias, quando o Felipe passou por uma quimioterapia forte e que traria efeitos colaterais, mas ele não sentiu nada”, ressalta.

O Diário acompanha a luta da família contra a doença e também pela garantia de direitos desde outubro do ano passado. Após o conhecimento da patologia do filho, Ana Paula iniciou série de campanhas para ampliar a quantidade de pessoas cadastradas no Redome (Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea). O doador de Felipe 100% compatível é dos Estados Unidos.

A chance de paciente que depende de transplante de medula óssea encontrar doador compatível é de, em média, uma a cada 100 mil.




Comentários

Atenção! Os comentários do site são via Facebook. Lembre-se de que o comentário é de inteira responsabilidade do autor e não expressa a opinião do jornal. Comentários que violem a lei, a moral e os bons costumes ou violem direitos de terceiros poderão ser denunciados pelos usuários e sua conta poderá ser banida.


;