A Marcha do Salário Mínimo chegou na terça à capital federal com 300 trabalhadores. Liderados pela Força Sindical, organizadora da marcha, os manifestantes ficarao acampados na frente do Ministério da Fazenda por tempo indeterminado, esperando por uma soluçao para o reajuste do salário mínimo. Depois de caminhar mais de mil km, os manifestantes percorreram a Esplanada dos Ministérios: estiveram no Congresso, no Ministério do Trabalho e foram cumprimentados pelo presidente Fernando Henrique Cardoso.

Surpreendendo sindicalistas e seus seguranças, ele deixou seu gabinete no Palácio do Planalto e atravessou a Esplanada a pé, para conversar com os manifestantes concentrados na Praça dos Três Poderes, diante do Planalto. "Ele ficou consolando a gente", contou Soraia Santana de Oliveira, que beijou o presidente. Fernando Henrique cumprimentou diversos manifestantes, beijou as mulheres e reafirmou que seu governo está procurando meios para aumentar o salário mínimo.

Ao voltar para o carro, o presidente cumprimentou os sindicalistas. "Presidente, o senhor atropelou a gente, foi até as minhas bases", disse-lhe o deputado Luiz Antônio Medeiros (PFL-SP). "Nao atropelei ninguém, sao as minhas bases", respondeu FHC.

Apesar do pequeno contingente, a mobilizaçao foi qualificada como um sucesso pelos organizadores. Os sindicalistas ficaram animados com a decisao tomada pelos políticos ontem, que condicionaram a votaçao do Orçamento a uma soluçao efetiva para o salário mínimo.