Diretor gaúcho de 36 anos, Gustavo Spolidoro faz um cinema de experimentação que lhe tem valido elogios (e fãs) em festivais do País. Seu curta Outros, narrado em plano-seqüência (tomada única), virou referência de ousadia e criatividade. Por conta disso, havia grande expectativa em relação à estréia de Spolidoro no longa.
Ele rodou Ainda Orangotangos, que estréia hoje, num único plano-seqüência. Mas adverte que não buscou uma história para fazer Ainda Orangotangos desta maneira. Foi o livro de Paulo Scott que lhe apontou o caminho.
"Foi o casamento perfeito", explica o diretor. "A história passa-se em Porto Alegre e integra a vida da cidade à ficção." Foi, aliás, o que o atraiu. "São tramas do dia-a-dia sobre personagens que transitam por ruas e prédios que conheço e reagem de forma instintiva, até primitiva, aos desafios da vida, pois ainda são orangotangos. Selecionamos seis contos - o plural refere-se aos sócios de Spolidoro e ao roteirista Gibran Dipp - não tanto porque se interligavam, mas porque davam margem para isso.
E todos transitam entre a realidade e a fantasia, numa linha muito tênue que chega ao absurdo e ao bizarro."
Embora filmado numa única tomada de 90 minutos, Ainda Orangotangos não se passa em tempo real, na verdade, concentra nesse período um relato cuja extensão de tempo é de 14 horas. Para isso usou o entardecer no horário de verão. A equipe ensaiou mais um mês com a câmera antes de filmar.
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