Cultura & Lazer Titulo Três Irmãs
Antônio Calmon aposta no carisma dos vilões
Márcio Maio
Da TV Press
04/09/2008 | 07:03
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Antônio Calmon está, literalmente, na praia dele. O autor, que se consagrou com sucessos como Top Model e o seriado Armação Ilimitada, volta a abordar o surfe no horário das 19h em Três Irmãs, que estréia no próximo dia 15. Mas, desta vez, com a infra-estrutura que sempre desejou. "Tive uma guerra na Globo, mas consegui uma equipe exclusiva especialmente para filmar as cenas de praia", comemora.

Pessimista assumido, Calmon deixa claro que não pensa em Ibope e faz questão de não ficar com um medidor de audiência para acompanhar os resultados. A novela conta a história de três irmãs que fazem de tudo para encontrar a felicidade. Dora, a mais velha, vivida por Cláudia Abreu, é viúva e tenta voltar à vida social, apesar da pressão da sogra Violeta, de Vera Holtz, que inferniza sua vida. Alma, de Giovanna Antonelli, é uma médica bem-sucedida que não tem sorte com os homens. E Suzana, de Carolina Dieckmann, é uma surfista dividida entre viver uma paixão ou manter um relacionamento estável com o homem que salvou sua vida.

Por que você preferiu usar três protagonistas femininas no lugar de um casal?

ANTÔNIO CALMON - Há uma tendência geral na teledramaturgia de acabar com a centralização de protagonistas. Isso não acontece só comigo. No caso de Três Irmãs, eu estava com vontade de escrever sobre uma família de mulheres. Até porque o público ainda é maciçamente feminino. Novela é um produto de mulher para mulher, com alguns homens se metendo no meio e tentando ensiná-las como elas são. Além disso, existem também referências biográficas nessa história. Minha avó, Virgínia, criou sozinha a família. E eram nove filhos. Uma mulher simples e humilde, então fiz essa novela em homenagem a ela. Assim como o personagem do José Wilker, um boêmio irresistível e safado, mas simpático. Tem muita coisa do meu avô aí.

Como você construiu as três irmãs da história?

CALMON - Peguei três tipos de mulheres complexas. Na mais velha, coloquei mais sofisticação, um lado mais perua, mas com muita maturidade e experiência de vida. A Alma foi construída de um jeito atrapalhado, mas sem mostrar uma mulher trapalhona. A personagem tem uma fala que é ótima, que ela tem o dedo "podre" para escolher homens. Já a Suzana se traduz na própria Carolina Dieckmann, que é a cara da personagem. Representa a mulher brasileira de qualquer classe, que é correta, que se comporta com ética. Cada uma delas tem componentes que são vistos em várias mulheres por aí.

Além de ser uma história feminina, Três Irmãs tem um elenco de peso, cenas de aventura, de surfe e de praia, além de elementos sobrenaturais. Em quais deles você aposta mais?

CALMON - Estou naquela fase bem inicial mesmo, de atirar para todos os lados e ver o que vai pegar. Preciso apostar em tudo. Mas, por enquanto, os vilões são unanimidade tanto para quem escreve quanto para a equipe da novela. Estamos com a Vera Holtz, Luís Gustavo, Otávio Augusto, Hugo Carvana e Graziela Moretto, só feras para esse núcleo. Acho que eles vão arrasar. Além, é claro, da escolha das Três Irmãs, que foi perfeita para o que eu imaginava. E temos outros assuntos mais densos, que ajudam a sustentar a história, como a gravidez precoce.

A escolha de um elenco com nomes tão fortes da emissora nesse horário faz parte de uma estratégia para alavancar a audiência?

CALMON - Não especificamente. É lógico que a gente busca o melhor, mas o que fez com que eu tivesse nomes tão bons foi o Dennis Carvalho como diretor. Ele tem prestígio na Globo e vários atores aceitaram o convite porque partiu dele. Essa história de Ibope, sinceramente, não me afeta.

Por quê?

CALMON - Novela, antes de qualquer coisa, é uma questão de sorte. Você pode ter todos os elementos necessários para o sucesso e, contrariando todas as expectativas, não emplacar. O Ibope, para mim, é um fator aleatório. E eu tenho um carma, que é o de pegar o período eleitoral seguido do horário de verão. Nem fico com aquela maquininha maldita que mede esses números, essa função fica com o Guilherme Vasconcellos, que é o meu braço-direito. Se houver algum problema e me chamarem, a gente tenta corrigir. Se for um grande sucesso, vou abrir uma champanhe para comemorar. Mas diet, porque estou de dieta.




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