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Decisão surpreende lojistas de S.Bernardo

Comerciantes da Rua Jurubatuba ficaram sabendo de obra por método destrutivo pelo Diário

Por Daniel Tossato
Especial para o Diário
13/09/2014 | 07:00
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A decisão da Prefeitura de São Bernardo de fazer as obras da segunda fase do Programa Drenar na Rua Jurubatuba pelo método destrutivo, anunciada pelo Diário na edição de ontem, pegou os comerciantes de surpresa. Quem tem estabelecimentos entre as ruas Príncipe Humberto e Ítalo Setti já começa a articular alguma forma de ação que possa mudar a ideia da administração da cidade.

“Vou mandar e-mail agora mesmo (ontem) para o secretário Tárcio Secoli (Serviços Urbanos) para agendar reunião o mais rápido possível. Estou sabendo que a Prefeitura optou por fazer essa obra ‘por cima’, porque acabei de ler o jornal”, diz Walter Resende, dono de revendedora de automóveis e líder da comissão que negocia com a administração. Walter ressalta a falta de informações concretas por parte do Executivo e o fato de que o governo municipal poderia ter acenado com algum tipo de alternativa. “Oficializaram a opção no jornal, mas não para a gente. Parece que já tinham a resposta, mas não quiseram dizer.”

Gerente de uma loja de carros, Leandro Costa, 29, também foi pego de surpresa. Para ele, os comerciantes têm de mostrar união e protestar. “Quando vamos à Prefeitura, não somos atendidos. Acredito que tomar uma medida mais drástica seja a opção. Já pensamos em fechar a rua.”

Alguns lojistas não têm ideia do que farão caso as obras interditem a pista até janeiro de 2016 e demonstram não entender por qual motivo o projeto prevê o modelo não destrutivo na primeira parte e o modelo destrutivo na segunda etapa.

Um dos que questionam a diferença é Mauro Aparecido Catarino, 40, dono de uma loja de instrumentos que está há 16 anos na Jurubatuba. “Não entendo a diferença entre as duas partes. É estranho.” afirma. Mauro, que diz ter gasto mensal de mais de R$ 30 mil para manter o negócio, ainda duvida que a Prefeitura possa ter escolhido essa forma de fazer a obra antienchente, pois tem certeza que isso acarretaria em transtorno. “Fechar uma das principais vias da cidade não é correto. Será um caos.” atesta. Aparecido também cogita a possibilidade de pedir reparação junto à administração caso a interdição na rua leve tempo demais.

Para Aparecida Elza da Silva, 48, supervisora de uma loja que vende itens para corte e costura instalada há 30 anos na via, a obra, apesar de grandiosa, não terá muita utilidade. “Já faz um tempo que não há enchentes aqui como antigamente”, lembra. Sobre a possibilidade de as intervenções causarem transtornos irreparáveis aos lojistas, Elza desabafa: “É o fim do comércio. Nossa loja tem mais duas unidades e temos um plano para que o estrago não seja tão grande. Mas e os outros comerciantes?”

Procurada para saber quando informará oficialmente os proprietários de estabelecimentos da via sobre o modelo escolhido para a obra, a Prefeitura não se manifestou até o fechamento desta edição. 




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