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Aquilo que a TV não mostra

O ex-governador tucano Geraldo Alckmin, candidato à Prefeitura paulistana, ataca seu antigo aliado, o prefeito Gilberto Kassab, DEM

Por Carlos Brickmann
21/09/2008 | 00:00
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O ex-governador tucano Geraldo Alckmin, candidato à Prefeitura paulistana, ataca seu antigo aliado, o prefeito Gilberto Kassab, DEM, que tenta a reeleição. Alckmin acusa Kassab de ter sido secretário do prefeito Celso Pitta (é verdade). Alckmin só não conta que Pitta, hoje no PTB, é seu aliado. Collor também.

O senador tucano Álvaro Dias apóia Beto Richa, candidato de seu partido à reeleição, em Curitiba. Mas está menos feliz do que aparenta com a larga vantagem de Richa nas pesquisas: os dois querem disputar o governo paranaense. Ganhando no primeiro turno, Richa deixa Álvaro atrás. O pior é que Álvaro Dias, há tempos, lançou Roberto Requião - que se transformou em seu maior inimigo.

O ex-ministro da Previdência, Luiz Marinho, PT, em segundo nas pesquisas para a Prefeitura de São Bernardo, SP, promoveu um grande jantar de arrecadação de fundos, a R$ 20 mil por pessoa. Tudo bem, campanha custa caro, mesmo. Mas terão os participantes do jantar concordado em pagar tanto só por opção eleitoral? Ou será que esperam alguma coisa em troca - e, no caso, que coisa?

O governador do Ceará, Cid Gomes, e seu irmão, o deputado estadual Ivo Gomes, apóiam a reeleição da petista Luizianne Lins em Fortaleza. O irmão mais velho e chefe do clã, Ciro Gomes, faz campanha por sua ex-mulher Patrícia Saboya, PDT. Desunião familiar e partidária, já que são todos do PSB? Ao contrário, é união. Ganhe quem ganhar, a família estará no poder. E o senador Tasso Jereissati, presidente nacional do PSDB, como de hábito estará junto com eles.

LEITURA DIVERTIDA
Vale a pena ler O País dos Petralhas, de Reynaldo Azevedo. Concorde-se ou não com suas idéias (ou concordando com algumas e discordando de outras), o blogueiro Azevedo escreve bem, é agressivo, divertido, bate duro nos adversários. Petralha, por exemplo, é um composto de PT e Irmãos Metralha. Apresenta seu pensamento de maneira clara, sem concessões. É contra o aborto, defende a invasão do Iraque, desanca Evo Morales e Hugo Chávez. Para um aperitivo, o endereço eletrônico de Azevedo é http://veja.abril.com.br/blogs/reinaldo/

ENTENDENDO A CRISE
Mude a maneira de encarar os problemas da área de informações do governo e tudo fica mais fácil. Os delegados Paulo Lacerda, antigo diretor-geral da Polícia Federal, e seu sucessor, Luís Fernando Correa, não se toleram. Correa, com respaldo do ministro Tarso Genro, está desmontando o lacerdismo na PF. Lacerda, que também tem apoio no governo, reage. O ministro Nelson Jobim apóia Correa. O general Jorge Félix, da Segurança Institucional, tem como missão controlar Lacerda na Abin. Não conseguiu. É por isso que Jobim tanto o critica.

DIVINO MARAVILHOSO
Um dos fatos mais interessantes desta campanha é a disputa para mostrar quem está mais próximo do presidente Lula. No Rio, Eduardo Paes, Marcelo Crivella e Jandira Feghali são Lula desde criancinhas (curiosamente, Fernando Gabeira, que até já foi membro do PT, não se derrete pelo presidente). Em Salvador, PT e PMDB lutam pescoço a pescoço (um no pescoço do outro) para ver quem é mais Lula. ACM Neto, o favorito, quer que se esqueça que ele já ameaçou bater no presidente. Em São Paulo, Marta Suplicy é a candidata de Lula. Mas Geraldo Alckmin, do PSDB, disse que "Lula tudo bem". E Gilberto Kassab, DEM, garantiu que "Lula tem sido bom para São Paulo".

NÃO É BEM ASSIM
A popularidade do presidente explica por que tantos candidatos descobriram, de repente, suas afinidades com ele. Mas as duas lulistas de Porto Alegre, Maria do Rosário e Manuela d'Ávila, estão bem atrás do peemedebista José Fogaça. Em Curitiba, o tucano Beto Richa bate fácil o governador, o presidente e o ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, marido de sua adversária Gleise Hoffman. Em São Caetano, no Grande ABC, região onde nasceu o PT, o petebista José Auricchio tem chances de obter a vitória mais avassaladora do País contra o petista Jayme Tortorello. Nessas derrotas anunciadas, não há Lula que dê jeito.

DIREITOS HUMANOS, NÃO
A propósito, Chávez acaba de expulsar da Venezuela o representante da respeitada organização de direitos humanos Human Rights Watch, José Miguel Vivanco. Motivo: o relatório da Human Rights Watch sobre os dez anos em que Chávez está no poder informa que as instituições democráticas e as garantias de direitos humanos foram debilitadas. E a expulsão prova exatamente isso.

ESPANTE-SE
Lembra de Pimenta Neves, o jornalista que, há pouco mais de oito anos, matou a namorada Sandra Gomide? Pimenta está condenado a 15 anos de prisão, mas continua livre, já que cabe recurso. E quer se inscrever na Ordem dos Advogados do Brasil, para poder advogar. Pimenta se formou em Direito há mais de 30 anos, mas nunca advogou. Enfrenta resistências na OAB: como matador confesso, como fará a obrigatória declaração de que nada há contra ele? Mas a dúvida é outra: para que, aos 71 anos, Pimenta quer ser advogado? Talvez pretenda defender-se sozinho nas instâncias superiores; talvez queira prisão especial, caso seja preso sem sentença definitiva. É bom acompanhar o caso.




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