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Bom Caminho. Guia. Bom Porto. Boa Viagem... E um pedido de tombamento histórico
Ademir Medici
Do Diário do Grande ABC
09/09/2021 | 05:59
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E aquela que foi durante todo o século XIX a única paróquia da Freguesia de São Bernardo, abrangendo espaço do atual Grande ABC, hoje é, geograficamente, uma das menores da Diocese de Santo André, sem deixar de se responsabilizar pela prece em proteção aos caminhos da vida, herança dos antigos.

TÍTULOS PELO MUNDO

O professor Aristides Almeida Rocha e sua mulher, Ivane Padilha de Soeiro, no livro Devoção à Maria (Jundiaí, SP: Editora In House, 2019), buscam na história as origens do fervor à Boa Viagem:
Aristides e Ivane referem-se a Nossa Senhora do Bom Caminho:
 Na França cultua-se Nossa Senhora da Guia e Nossa Senhora do Bom Porto, e em Portugal, Nossa Senhora da Boa Viagem.
 Esses títulos que chegaram ao Brasil dizem respeito ao temor que tinham os viajantes, não só ao embarcarem nas pequenas naus dos colonizadores, mas também ao percorrerem as antigas estradas, repletas de facínoras e bandoleiros.
 Assim também é o título de Nossa Senhora do Bom Caminho que os devotos passavam a invocar pedindo proteção, não somente aos viajantes, mas mais modernamente para uma segura orientação durante toda a trajetória na vida.

TOMBAMENTO

Como parte das festividades deste ano de Nossa Senhora da Boa Viagem, seus organizadores prepararam documento solicitando ao município de São Bernardo o registro da festa como patrimônio imaterial. Muito bem. Em especial porque o pedido é recheado de material histórico, do qual se destacam depoimentos de moradores que participaram e participam dos festejos. Verdadeiras pérolas resgatadas pela pesquisadora e animadora cultural Hilda Breda.
Aos poucos, com a devida autorização da organizadora, informaremos você, prezado leitor, mesmo que em pílulas, o que foi falado, escrito e/ou gravado.

PAPEL CREPOM

 

O avô que, entre os séculos XIX e XX, transportava gêneros diversos produzidos em São Bernardo para São Paulo. Ele participou de muitas procissões. Por isso, as festas da Boa Viagem possuem uma ligação forte com minhas raízes e fé.
 Na infância, no fim dos anos 50 e início de 60, sempre ia assistir, em tardes de sábado, a passagem da procissão, com carroças enfeitadas com flores de papel crepom coloridas, colocadas em arcos de bambu ou nos próprios animais, na ainda bucólica Rua Marechal Deodoro.

Célia Regina Santos Guiesser 




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