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Presos falsos agentes que faziam blitz contra sacoleiros
Do Diário do Grande ABC
09/05/1999 | 16:50
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Quatro homens que se apresentavam como delegado e agentes da Receita Federal foram presos neste domingo de manha no quilômetro 74 da Rodovia Castelo Branco, em Itu, quando realizavam uma blitz contra ônibus que traziam sacoleiros do Paraguai. Eles tinham credenciais e prontuários falsos e haviam solicitado apoio à Polícia Rodoviária para a operaçao, usando papel timbrado da Receita. A polícia prendeu-os porque já haviam dado o mesmo golpe há um ano. Naquela ocasiao, segundo o policial rodoviário Lancaster Jordao Tibes, eles lotaram uma carreta com equipamentos e materiais apreendidos de quase uma dezena de ônibus. "Foram embora levando a carreta, depois de nos agradecer pelo apoio", contou. O falso delegado Roberto Antônio da Silva Júnior, 24 anos, e os "agentes" Marcelo Saraiva, 29, Fabrício de Oliveira Garcia, 22, e Avelino Penha Júnior, 23, foram autuados em flagrante pelo delegado Henrique Lago Neto, da Delegacia Central de Itu. Eles responderao a processo por roubo, formaçao de quadrilha e falsidade ideológica.

Segundo o coronel Romeu Takame Misutami, do 1º Batalhao de Policiamento Rodoviário, que comandou a operaçao, a quadrilha foi ousada. "Estávamos atrás deles desde o outro golpe, mas tiveram a ousadia de passar um fax pedindo cobertura para a operaçao, como se nada tivesse acontecido." Na blitz anterior, os policiais descobriram o golpe depois que alguns dos passageiros que tiveram mercadorias apreendidas procuraram a Receita para tentar reavê-las. Os produtos nao foram encontrados em nenhum dos depósitos usados pelo fisco. "Fomos checar e descobrimos que os autos de apreensao, embora idênticos aos usados pela Receita, eram frios", contou o policial. Desta vez, logo que recebeu o fax pedindo apoio para o bloqueio, a polícia montou uma operaçao para pegar a quadrilha em flagrante. Policiais rodoviários embarcaram nos ônibus que seriam parados pelos falsos agentes.

O bloqueio foi montado perto de um posto de pedágio, onde estavam policiais do Serviço Reservado da PM, disfarçados de funcionários. Quando o primeiro ônibus foi parado e os falsos agentes iniciaram a apreensao, receberam voz de prisao. "Ao contrário da outra vez, quando estavam armados com pistolas automáticas, desta feita apresentaram-se desarmados", contou o policial Tibes. Os integrantes da quadrilha têm residência em Sao Paulo e o falso delegado disse ter uma empresa de consultoria na área de informática. A polícia tentará, agora, recuperar os equipamentos desviados há um ano.




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