No Dia Mundial da Água, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) lembra que cerca de 22,6 milhões de pessoas não têm acesso à água potável no país, de acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Isso afeta diariamente a vida das famílias e compromete o desenvolvimento de meninos e meninas.

Relatório do Unicef do ano passado mostrou que local de residência, renda familiar e raça ou etnia podem influenciar no acesso das famílias brasileiras à água potável e ao saneamento. Meninos e meninas que vivem no Piauí, por exemplo, têm 48,2 vezes mais risco de não ter acesso à água potável do que crianças que vivem em São Paulo. Crianças negras e indígenas têm mais de três vezes menos chance de acesso à água potável do que as brancas.

Entre a população indígena brasileira, a proporção de acesso à água potável é de 20,4%, enquanto a média nacional é de 12,8%. A iniqüidade entre pobres e ricos também é grande. Quase 35% da população mais pobre não tem acesso à água potável, enquanto essa situação acontece em 0,5% dos domicílios da população mais rica.

Indígenas - Na região do Mato Grosso do Sul onde moram cerca de 36 mil indígenas das etnias Guarani, Kaiowá e Terena, a falta de água potável foi uma das principais causas de diarréias e outras doenças que provocaram a morte de várias crianças no início do ano passado.

Semi-árido - Crianças que vivem no Semi-árido brasileiro estão mais vulneráveis à falta de água e saneamento. Nessa região, cerca de 42% das crianças e dos adolescentes não tem acesso a poço, rede geral ou nascente.