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Três rapazes sao mortos em Itapecerica da Serra, SP
Do Diário do Grande ABC
06/09/1999 | 18:35
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Dois menores e um rapaz de 20 anos foram assassinados no domingo à noite em Itapecerica da Serra, na 51ªchacina ocorrida este ano na regiao metropolitana de Sao Paulo. Os três conversavam na calçada da rua Macajuba, no Jardim Santa Júlia, por volta das 23h30, quando os matadores se aproximaram e dispararam cerca de 20 tiros de metralhadora nove milímetros e revólver 38. A Polícia Militar foi acionada por moradores que apenas ouviram os tiros e depois socorreram os rapazes, levando-os ao Pronto Socorro do Hospital Jacira, onde eles já chegaram mortos.

Nao houve testemunhas do crime. A polícia só tem até agora os nomes de dois rapazes assassinados: o auxiliar técnico em telefonia, Paulo Cristiano Ribeiro, de 20 anos; e o eletricista Rodrigo Martins de Almeida, de 16. A terceira vítima, um garoto aparentando 14 anos, nao foi identificada. Paulo e Rodrigo nao tinham ficha criminal e ambos trabalhavam. A polícia suspeita _ pelas características da execuçao _ que os três foram assassinados como queima de arquivo, mas nao tem ainda nenhuma pista que possa levar aos autores ou a motivaçao do crime.

A onda de chacinas ocorridas na Grande Sao Paulo _ um dos grandes desafios à política de segurança do governador Mário Covas _ já provocou 173 mortos este ano. Em 1998, foram 89 chacinas, com 308 mortes, quase o dobro de 1997, que fechou com 47 ocorrências e 162 assassinatos. Segundo a Divisao de Homicídios da polícia paulista, 60% dos crimes estao relacionados a acertos de contas, dívidas ou disputas de pontos de tráfico de drogas, especialmente o crack, que se proliferou pela periferia da regiao metropolitana. Grande parte dos casos está relacionada também à vingança entre assaltantes de banco e ladroes de carga.

O estilo dos crimes, todos eles premeditados, é praticamente sempre o mesmo: os matadores chegam de repente e abrem fuzilaria. Só há registro de sobreviventes em casos em que os assassinos chegam com o rosto coberto com capuz. A polícia nao tem uma estatística precisa sobre o perfil das chacinas, mas acha que a maior parte das vítimas _ entre elas muitas vezes até bebês e crianças _ nao têm nenhuma relaçao com o motivo do crime. Sao pessoas que pagam com a vida por estar no mesmo local em que se encontra um criminoso procurado pelos matadores _ geralmente um bar numa área pobre da regiao metropolitana.




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