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Reajuste da GM injeta
R$ 3,7 milhões na região
Por Vinicius Gorczeski
Especial para o Diário
13/09/2011 | 07:23
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Os metalúrgicos da General Motors, em São Caetano, aprovaram ontem o reajuste salarial de 10,8% proposto pela montadora. Os trabalhadores vão receber os salários corrigidos já no pagamento de setembro, o que vai injetar cerca de R$ 3,7 milhões na economia da região.

Esse montante considera o salário médio de cada um dos 12,3 mil trabalhadores da base são-caetanense, que vai subir dos atuais R$ 2.800 para R$ 3.102. Os ganhos reais, aqueles que corrigem a inflação acumulada no período, atingiram 3,17%. Isso porque o Índice Nacional de Preços ao Consumidor acumulou 7,4% nos últimos 12 meses.

No início do mês, a GM ofereceu aos trabalhadores reajuste de 8%, mas foi rejeitado, que ameaçaram greve. O sindicato iniciou, então, pressão na montadora para conseguir atingir percentual semelhante aos das outras montadoras, que já tinham fechado acordos salariais. A correção de, no mínimo, 10% era a meta dos trabalhadores. O fato de a negociação da GM ter sido a última montadora a fechar a negociação deu mais poder de barganha aos metalúrgicos.

"Mostramos que havia espaço para flexibilizar e antecipar o pagamento já a partir de 1° de setembro", disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, Aparecido Inácio da Silva, o Cidão. A proposta inicial previa correção apenas a partir de outubro.

No fim, o percentual não apenas superou o negociado pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Bernardo (que engloba a Ford, Scania, Mercedes, Toyota e Volkswagen), que alcançou 10%, como entre todos os metalúrgicos do setor, no País, para este ano. O percentual total é praticamente o mesmo conquistado no ano passado pela base são-bernardense,que tinha chegado a 10,81%, com ganhos reais de 6,25%. "Foi nosso poder de negociação que permitiu esse bom resultado", comemorou Cidão.

PISO - O piso dos funcionários são-caetanenses foi impulsionado de R$ 1.423 para R$ 1.576. Além do reajuste, ficou acertado o pagamento de abono, na sexta-feira, de R$ 3.000. A proposta inicial era pagar a metade desse valor.

AUTOPEÇAS - O presidente do sindicato afirmou que espera negociação complicada para o setor de autopeças da cidade, que tem marcada data-base para daqui a dois meses. A ideia é tentar buscar o percentual de 10% adquiridos pelos metalúrgicos das montadoras. Mas Cidão reconhece que a missão pode ser difícil. Isso porque a meta dependerá do valor da inflação que vigorar no período.

"Como a expectativa de inflação é menor para novembro, chegar em percentual maior vai ser mais complicado", diz Cidão.

 

PLR vai alcançar cifra de R$ 15 mil, calcula sindicato

O valor total pago aos metalúrgicos de São Caetano de Participação nos Lucros e Resultados vai bater em R$ 15 mil, segundo o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano, o Cidão.

Valor que depende da produção, mas que supera com folga os benefícios pagos no ano passado, que foram de R$ 9.910.

A segunda parcela será paga no dia 16 de janeiro. O primeiro vencimento do benefício, de R$ 5.800, foi concedido em 27 de maio. No ano passado, o pagamento da primeira parcela somou R$ 4.500 e a segunda totalizou R$ 5.410.

BENEFÍCIOS - Entre os outros benefícios, os metalúrgicos de São Caetano conseguiram estender a licença-maternidade de seis meses também para as mães com filhos adotados. Os demais direito, como adicional noturno aos trabalhadores que fazem esse turno, também foram mantidos.

 

Sindicato dos Metalúrgicos segue em negociação

O Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, da base cutista de São Bernardo, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra vai realizar amanhã, a partir das 18h, em Diadema, na rua em frente à regional de Diadema - situada na Av. Encarnação, 290, Piraporinha), assembleia, como parte da campanha salarial 2011.

Na oportunidade, serão discutidas e votadas as propostas que estão em curso dos grupos 2 (máquinas e eletrônicos), 3 (autopeças, forjaria, parafusos), 8 (trefilação, laminação de metais ferrosos: refrigeração, equipamentos ferroviários, rodoviários e outros), 10 (que envolve os sindicatos patronais dos setores de lâmpadas, equipamentos odontológicos, iluminação, material bélico e outros), fundição e estamparia.

Todos os grupos que estarão presentes somam cerca de 70 mil trabalhadores, sendo que o total da base é de 180 mil. O grupo das montadoras - Ford, Volkswagen, Scania e Mercedes e Toyota - fecharam percentual de 10% para correções salariais no mês passado.

SEM AVANÇO - Até a assembleia de amanhã, o sindicato afirmou que prosseguem as negociações e também as mobilizações nas fábricas, com paralisações e atrasos nos horários de entrada. Tudo porque, não houve avanço nas negociações econômicas com as respectivas bancadas.

Todos os índices que foram apresentados aos trabalhadores metalúrgicos - entre 0,74% e 1,49% de aumento real - foram reprovados nas rodadas de negociação.




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