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Jovens seguem desaparecidos após cair na Represa Billings

Alex Sander dos Santos Silva e Gabriel de
Souza Lara passeavam de barco em Ribeirão Pires

Por Natália Fernandjes
Yara Ferraz Do Diário do Grande ABC
04/02/2016 | 07:00
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Ricardo Trida/DGABC


Dois jovens estão desaparecidos após cair de barco na Represa Billings no fim da tarde de terça-feira, no Condomínio Residencial Sítio do Francês, localizado às margens do reservatório, em Ribeirão Pires. Alex Sander dos Santos Silva, 24 anos, e Gabriel de Souza Lara, 19, passeavam de barco com outros dois amigos, quando a embarcação começou a afundar e os jovens, que não sabiam nadar, submergiram. As buscas foram interrompidas na noite de ontem e serão retomadas hoje.

O acidente escancara problema recorrente na estação mais quente do ano.
Entre 2014 e 2015, o número de ocorrências de afogamento atendidas pelos bombeiros teve alta de 47,8%, passando de 46 para 68. Já o número de óbitos no período foi 91,6% maior – de 12 para 23 vítimas. Conforme a corporação, a quantidade de incidentes do tipo é maior entre dezembro e março devido à elevação da temperatura e à procura da população por áreas consideradas de risco, como represas, lagoas e rios.

No caso do grupo de jovens, o passeio de barco era alternativa prazerosa para aliviar o forte calor dos últimos dias. Um dos envolvidos e sobreviventes reside no condomínio fechado e teria convidado os amigos para passar a tarde. Eles teriam realizado travessia com a embarcação até pequena ilha longe cerca de 250 metros da margem da represa e, no retorno, o barco começou a encher de água.

“Um deles pulou na represa e tentou nadar até a margem, mas afundou, e o outro também não conseguiu se manter e desapareceu em seguida. Os demais tentaram nadar apoiados no barco, até que a embarcação ficou presa. O jovem que sabia nadar se deslocou até a margem, pegou uma boia e levou para o amigo. A informação é que eles estavam de colete (salva-vidas)”, relata o tenente do 8º GB (Grupamento de Bombeiros) André Silva Pinto. Ainda conforme o oficial, entre as dificuldades para as buscas estão a turbidez da água e a área extensa. Quatro mergulhadores se revezam no trabalho.

A vigia Zilda dos Santos, 51, mãe de Alex Sander, acompanhava desolada o trabalho dos bombeiros. “Nem sarei ainda. Talvez nunca supere”, lamenta sobre a possibilidade de morte do segundo filho no período de dois anos. O mais velho foi vítima de AVC (Acidente Vascular Cerebral). “Éramos só nós dois e meu neto, que voltou para a casa da mãe ontem (terça-feira). Ele não dava trabalho. Não bebia e não fumava”, destaca.

De acordo com o Corpo de Bombeiros, a imprudência, somada ao consumo abusivo de bebidas alcoólicas, a falta da utilização de coletes salva-vidas em embarcações e a tentativa de salvamento por pessoa despreparada são os principais motivos para os acidentes. 




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