A CPI da Saúde instalada no mês passado pela Câmara de Ribeirão Pires foi a primeira da história da cidade e foi aberta no governo de Saulo Benevides (PMDB), justamente o político que tentou, quando vereador da oposição, emplacar apurações de denúncias na gestão de Clóvis Volpi (PSDB).

Se antes Saulo defendia CPI para apurar escândalos na Saúde alegando o bem da cidade, hoje ele afirma que o pedido aprovado pelos vereadores no dia 24 tem “conotação totalmente política”. Porém, diz que a gestão dará todo suporte e oferecerá toda documentação necessária durante a investigação de contratos no setor.

A CPI da Saúde de Ribeirão Pires engloba contratos da Secretaria da Saúde com a FUABC (Fundação do ABC) e Santa Casa, qualidade do serviço prestado, motivos da falta de médicos, processo de licitação para construção de Hospital Municipal e as causas que provocaram o fechamento da Farmácia Popular.

Bloco de oposição ao governo Saulo na Câmara, o autodenominado G-8 nega viés político com a apuração. “Recebemos várias reclamações do sistema público e tínhamos de tomar uma atitude. Quando o prefeito era vereador, ele tentou emplacar CPI em época eleitoral e não conseguiu. Agora, nem em época eleitoral estamos”, argumentou o vereador Renato Foresto (PT). “Espero conseguir a relatoria. A conquista de instalar a CPI foi importante, mas não queremos uma comissão de brincadeira, queremos uma investigação séria. O G-8 quer todas as funções da CPI, mas se não for possível, pelo menos presidência e relatoria”, disse.

Um dos principais articuladores do documento, Rubão Fernandes (PMDB) disse que reconhece os problemas da população e também refutou conotação eleitoral. “Sou enfermeiro e sei a situação da Saúde de Ribeirão Pires. A comissão foi um pedido da população”, alegou ele, que tenta ser presidente da CPI.